Bruxelas mobiliza 10 mil milhões para países da Europa central afetados por cheias
Onde os danos são mais graves", Ursula von der Leyen quer "dinheiro 100% europeu", isto é, sem contribuições dos Estados-membros.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esta quinta-feira que a União Europeia (UE) vai mobilizar 10 mil milhões de euros em verbas da coesão para países da Europa central e de leste afetados pelas cheias.
“Estamos a viver tempos extraordinários e tempos extraordinários exigem medidas extraordinárias. À primeira vista, julgamos ser possível mobilizar 10 mil milhões de euros em fundos de coesão para os países afetados e esta é uma reação de emergência”, disse a líder do executivo comunitário, falando em conferência de imprensa na cidade de Breslávia, na zona ocidental da Polónia, uma das mais afetadas pelas cheias no país.
Nas declarações junto aos primeiros-ministros dos países mais afetados pelas inundações na Europa central – Donald Tusk da Polónia, Peter Fiala da República Checa, Robert Fico da Eslováquia e Karl Nehammer chanceler da Áustria –, a responsável acrescentou estar em causa uma redistribuição “de forma invulgar” das verbas comunitárias da coesão, pois será garantida a “máxima flexibilidade e rapidez” no envio destes fundos para os países.
A ideia é que “possam ser utilizados de forma muito flexível para aquilo de que [os países] necessitam […] e onde os danos são mais graves”, em “dinheiro 100% europeu”, isto é, sem contribuições dos Estados-membros, adiantou Ursula von der Leyen. A responsável mencionou ainda que, mais tarde, o Fundo de Solidariedade poderá ser usado “para reconstruir infraestruturas, como estradas, autoestradas, caminhos-de-ferro e pontes, por exemplo”.
A tempestade Boris, que está a afetar países da Europa Central e de Leste, já provocou a morte de pelo menos 21 pessoas: sete na Roménia, sete na Polónia, quatro na Áustria e três na República Checa. A tempestade tem causado intensas chuvas e a subida anormal dos níveis do rio, levando que as autoridades instalem infraestruturas temporárias para enfrentar as inundações junto às margens.
Ainda assim, as cheias têm vindo a rebentar barragens e diques e deixaram as ruas cobertas de pilhas de entulho e lama, deixando também populações isoladas, evacuações e cortes de comunicações. A União Europeia tem vindo a manifestar a sua solidariedade para com os países afetados por estas inundações que classificou como devastadoras e anunciou estar pronta para ajudar.
As declarações surgem no dia em que Von der Leyen anunciou um apoio comunitário de 160 milhões de euros para apoiar a preparação do inverno na Ucrânia, em abrigos e obras de reparação, divulgando também que se deslocará a Kiev na sexta-feira.
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