Viabilização do OE implica “cedências”, diz Pedro Nuno Santos
Líder socialista diz que não quer reuniões “secretas” com o primeiro-ministro e sublinha que “só não haverá Orçamento se o Governo não quiser”.
O secretário-geral do PS disse esta segunda-feira que o partido está disponível para viabilizar o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) desde que com algumas cedências. Para Pedro Nuno Santos, o comunicado emitido pelo Executivo na noite de domingo revela “falta de vontade do primeiro-ministro em criar um bom ambiente negocial”, recusando reuniões secretas com Luís Montenegro. “Só não haverá Orçamento se o Governo não quiser”, atirou.
“Estamos disponíveis para viabilizar um Orçamento do PSD. Obviamente que isso implica cedências por parte do Governo. Nós vamos dizer onde é que nós queremos que essas cedências sejam feitas”, admitiu o líder socialista, que falava aos jornalistas durante uma visita a Oliveira de Azeméis, uma das zonas afetadas pelos incêndios da última semana.
Contudo, Pedro Nuno Santos rejeita levantar o véu sobre as cedências em questão. “Os primeiros a ouvir as nossas propostas vão ser o Governo e o primeiro-ministro“, apontou, considerando que “não é correto, do ponto de vista negocial”, anunciar publicamente as propostas que o PS vai apresentar ao Governo na reunião agendada para a próxima sexta-feira.
Acerca da polémica da noite anterior, o secretário-geral do PS realçou que a nota emitida pelos socialistas — em resposta a um primeiro comunicado do Executivo de Luís Montenegro em que este alegava estar desde 4 de setembro a tentar marcar uma reunião para negociar o OE2025 — foi apenas para o partido se defender.
“Não é verdade que tenhamos recuado na reunião da semana passada. O Governo não quis que fosse dada comunicação prévia dessa reunião e, para nós, é essencial que qualquer reunião que venha a acontecer entre delegações do PS e o Governo ou entre o secretário-geral do PS e o primeiro-ministro sejam do conhecimento público prévio, até para que nós não tenhamos de ouvir de adversários políticos que o PS e o Governo estão a fazer reuniões secretas. Não há nem pode haver reuniões secretas“, disse Pedro Nuno Santos.
Lamentando, então, o comunicado do Governo — do qual ainda não percebe “qual foi o objetivo”, já que a reunião apenas “dependia que o Governo a confirmasse” –, o líder dos socialistas só olha em frente: “A reunião está marcada. Ela que se faça e que tentemos encontrar um ponto de encontro que nos permita a todos viabilizar o Orçamento do Estado”.
“Não é por causa do PS que não haverá Orçamento. Só não haverá Orçamento se o Governo não quiser. E só haverá eleições antecipadas se o Governo ou o Presidente da República quiserem“, acrescentou, pondo no Executivo de Montenegro o ónus das negociações e da viabilização do documento pela bancada parlamentar socialista.
(Notícia atualizada pela última vez às 12h11)
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