João Borges de Oliveira investe 1,5 milhões em ações da Altri. Títulos sobem 3%

O empresário, através da sociedade Caderno Azul, voltou a reforçar a sua posição na papeleira, passando a controlar 15,94% do capital. Ações estão a reagir em alta.

As ações da Altri ALTR 0,00% estão a liderar os ganhos na bolsa de Lisboa esta segunda-feira, com uma valorização próxima de 3%. Esta subida ocorre depois de na semana passada o acionista da empresa João Borges de Oliveira, através da Caderno Azul, ter comprado um bloco de 300 mil ações, num investimento de quase 1,5 milhões de euros.

Às 11h55, os títulos da empresa seguima a ganhar 3% para 4,95 euros, colocando um ponto final a uma série de três sessões consecutivas de descidas na bolsa nacional.

João Borges de Oliveira, que no passado mês de junho já tinha investido sete milhões na compra de ações da empresa, voltou às aquisições. Segundo um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o acionista comprou um total de 300 mil ações da papeleira, nos dias 16 e 17 de setembro, representativas de 0,15% do capital social e dos direitos de voto da empresa.

O maior bloco de ações (237 mil) foi adquirido no dia 16, a um preço médio de 4,8886 euros, tendo os restantes 63 mil títulos sido comprados um dia depois, a um preço médio de 4,9019 euros. Estas aquisições implicaram um investimento global de 1,47 milhões de euros e permitiram a João Borges Oliveira reforçar a sua posição, passando a deter 32.700.000 ações representativas de 15,94% do capital da papeleira.

Além deste reforço, os analistas não identificam qualquer justificação para a subida das ações. “Não se deteta nenhum acontecimento ou evento de mercado que justifique esta valorização da Altri, no entanto devemos ter em conta, não só porque a ação vem de três sessões consecutivas de perdas, mas também pelo facto de que hoje o dólar aprecia significativamente, o que poderá beneficiar as ações da Altri devido aos seus ativos nesta moeda“, justifica Pedro Oliveira, Trader da Sala de Mercados do Banco Carregosa.

O mesmo especialista nota que a Altri tem revelado uma tendência de recuperação em várias métricas financeiras após alguns anos de declínio. “A empresa prevê um crescimento sólido de receitas e EBITDA em 2024 e o fluxo de caixa operacional e o lucro líquido permanecem robustos, destacando a capacidade da empresa de gerar “free cash flow”, apesar de um ambiente de capitalização de mercado ligeiramente mais fraco”, sintetiza.

“Se tivermos em conta as mais recentes recomendações de analistas as perspetivas parecem ser também positivas tendo em conta os preços alvo acima dos 6,50 euros a ação”, um valor que implica um potencial de subida superior a 31% face à cotação atual.

Galiza gera polémica

Outro dos temas que deverá mexer com as cotações é a construção do megacomplexo projetado para a Galiza, que continua sem sair do papel. Na semana passada, um relatório encomendado pela papeleira concluiu que a construção deste projeto vai ter um impacto médio anual de 342 milhões de euros no produto interno bruto (PIB) galego ao longo de 22 anos. O mesmo documento estima ainda que o Projeto Gama vai gerar 3.608 postos de trabalho, dos quais 500 diretos.

Apesar destes números, a construção desta fábrica continua a ser alvo de grande polémica e debate político no país vizinho Este domingo, a porta-voz nacional do BNG, Ana Pontón, avisou o presidente do Governo, Pedro Sánchez, que se conceder dinheiro de fundos públicos ao projeto de Altri será muito “complicado” manter o apoio do seu partido.

“Não se pode dar 250 milhões de euros de dinheiro público a uma multinacional portuguesa para que eles venham colocar uma bomba ambiental no coração do país”, atirou.

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