Sustentabilidade e a necessidade de mudar a partir de dentro

  • Tiago Carrilho
  • 25 Setembro 2024

Partilhar conhecimento, promover esclarecimento e capacitar para uma nova realidade no fazer, é urgente.

Portugal foi o primeiro país do mundo a instituir um Dia Nacional da Sustentabilidade, com o principal objetivo de sensibilizar e envolver todos os seus cidadãos – da sociedade civil às empresas, passando pelos centros de decisão, pela banca e pela academia – para a temática. Sem dúvida uma iniciativa de mérito, mas com um caminho significativo que é determinante percorrer. Será que, além de sabermos o que é isto da “sustentabilidade” é importante, estamos, todos, preparados e disponíveis para incorporar a sustentabilidade nas nossas atividades profissionais e nos nossos quotidianos?

As alterações climáticas, perda de natureza e os problemas sociais são desafios que marcam a atualidade da humanidade e, consequentemente, das empresas. Segundo o World Economic Forum, no Global Risks Report 2024, 7 dos 10 maiores riscos globais para os próximos 10 anos são Ambientais ou Sociais. É de salientar: 7 em 10. Mais que um sentido de necessidade existe, hoje, um sentido de urgência.

Uma das realidades que os últimos anos nos mostraram foi a capacidade que temos de evoluir, de aprender e de nos capacitarmos, no sentido que mais salvaguarda a nossa sobrevivência. Sem fatalismos, e respeitando, sim, tudo o que a ciência nos mostra como evidência sobre o impacto que as alterações climáticas criarão (e que já estão a criar), temos a obrigação de nos capacitar para esta nova realidade. No caso das empresas, é necessário sensibilizar e, mais importante, capacitar os colaboradores para estas temáticas e para uma forma nova de produzir, de agir. Partilhar conhecimento, promover esclarecimento e capacitar para uma nova realidade no fazer, é urgente.

A sustentabilidade deve deixar de ser um departamento isolado nas empresas, mas antes um pilar transversal – forte e significativo – a toda a estratégia empresarial e em todos os âmbitos da sua atuação. Ao trilhar este caminho, as empresas estarão, também, a cumprir o objetivo do Dia Nacional da Sustentabilidade: envolver todos, alertar todos, mostrar o valor acrescentado da sustentabilidade a todos e para todos, sem deixar ninguém para trás. À semelhança de outros departamentos numa empresa, como os Recursos Humanos, a Comunicação ou a Contabilidade, a Sustentabilidade não pode “existir” isolada no seu silo, mas antes ser transversal, e mais, ser a trave mestra de toda a atividade empresarial

O tema é complexo, a exigência (da mudança) grande e a prioridade aumenta todos os dias. A enorme transição que é necessária nas organizações e que nos convoca a todos, incluindo às empresas como motores da economia, implica um trabalho dedicado que passa, também, pela capacitação individual. As mudanças sistémicas, como a que é necessária, só acontecem se cada um de nós, no seu comportamento, incorporar novas formas de pensar, de decidir, de agir. Capacitar cada colaborador, promovendo a aquisição de competências (verdes) necessárias, é o caminho para a mudança ambicionada. O estudo efetuado pelo Linkedin, Global Green Skills Report 2023, aponta para que, no mundo, apenas 1 em cada 8 trabalhadores possui uma ou mais competências verdes e projeta que, dentro de 5 anos, a procura por profissionais com este tipo de competências será superior à oferta.

No BCSD Portugal estamos empenhados com este caminho, por isso é que continuamos a dar passos em direção a um conhecimento da sustentabilidade mais democratizado. Esta foi a principal razão para o lançamento da formação assíncrona do nosso nível 1 da jornada de formação, Discover Sustainability, no Dia Nacional da Sustentabilidade de 2024. Uma formação 100% online, que tem o objetivo de despertar e motivar os formandos – colaboradores das empresas, independentemente do setor e da dimensão – para a importância global que a sustentabilidade tem para a nossa existência e, também, para como esta é fulcral na estratégia empresarial, para o sucesso das organizações e para o futuro do trabalho.

Nesta jornada da sustentabilidade é como em qualquer outra jornada, grande ou pequena, o que custa mais é dar o primeiro passo. É por isso que a formação para a sustentabilidade configura uma oportunidade única para as empresas iniciarem a sua mudança para uma estratégia mais resiliente, preparada para os desafios futuros e ágil nas mudanças que se avizinham. A formação assíncrona Discover Sustainability pode ser o primeiro pequeno passo de grandes mudanças no tecido empresarial português e, à semelhança de toda a atividade da nossa economia, contribui para não deixar ninguém para trás.

  • Tiago Carrilho

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