FMI corta estimativas para os EUA. Modelo de Trump não está a funcionar
A promessa de crescimento feita por Trump não é assim tão fácil de alcançar. Quem o diz é o FMI, que reviu em baixa as previsões para os próximos anos, argumentando que o modelo não está a funcionar.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) veio hoje inviabilizar uma das maiores promessas do presidente dos Estados Unidos da América: a economia do país não vai crescer 3% até 2020, nem 2,3%, número que tinha sido avançado pelo FMI há três meses para o ano corrente. O fundo liderado por Christine Lagarde reviu em baixa a previsão de crescimento para os 2,1%, tanto em 2017 como em 2018.
“O modelo económico não está a funcionar tão bem como podia no crescimento dos rendimentos comuns”, nota o fundo. “Comparando com os desempenhos históricos, o crescimento pós-crise tem sido demasiado baixo e desigual”, disse.
Problemas que vão desde o envelhecimento da população até ao baixo crescimento da produtividade são apontados pelo fundo como os principais causadores destes números, que se juntam às crescentes dúvidas em relação ao modelo económico proposto por Trump e que previa um crescimento expressivo movido por criação de postos de trabalho e pela aplicação de medidas de estímulo económico.
Esta avaliação do fundo cria dúvidas no que diz respeito às previsões demasiado otimistas do presidente Trump e da sua administração, afirmando que mesmo com “a mistura ideal de políticas de estímulo, é provável que o crescimento potencial seja menor que o previsto no orçamento e levará mais tempo a materializar-se.” Para o FMI, uma expansão da escala prometida é rara, tanto nos Estados Unidos, como em todos os países do mundo.
A juntar-se a tudo isto está a incerteza da aplicação concreta das medidas prometidas, como os cortes fiscais e orçamentais que tardam a ser aprovados pelo Congresso. Isto levou o fundo a excluir da avaliação as projeções que a estas diziam respeito. O crescimento abrandará ainda mais nos anos seguintes, sendo que o fundo prevê que o produto interno bruto norte-americano expanda apenas 1,9% em 2019 e 1,8 em 2020.
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