Terça-feira há preços da energia a mexer. Saiba o que muda

O preço do gás vai subir quase 7% no mercado regulado, e também há subidas no mercado livre. Na fatura da luz, só foram ainda anunciadas subidas por parte da Galp.

Esta terça-feira, 1 de outubro, marca o início do novo “ano gás” – o que normalmente significa uma revisão dos preços. Este ano, a ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos decretou que os preços do gás natural no mercado regulado vão agravar em 6,9% nesta data. No mercado livre, algumas das ofertas de gás também deverão encarecer, como é o caso da Goldenergy e da Endesa. No que toca à eletricidade, a maioria dos comercializadores contactados pelo Capital Verde afirma que vão manter os preços, mas há pelo menos uma exceção anunciada: a Galp.

O mercado regulado do gás, que atualmente tem a tarifa mais acessível para esta energia, vai agravar os preços em média em 6,9% a partir de outubro, o que significa que um casal sem filhos irá pagar mais 88 cêntimos face à fatura anterior, agravando para os 15,66 euros, enquanto um casal com dois filhos receberá uma conta 1,68 euros mais cara, à volta dos 29,75 euros, indica o regulador.

Na altura em que propôs esta revisão, o regulador indicou que este aumento está relacionado com a subida numa das componentes do preço, as tarifas de Acesso às Redes, já que regista uma “ diminuição da procura de gás no mercado nacional, o que resulta num aumento unitário dos custos das infraestruturas”. Estas tarifas aumentaram 49 cêntimos para os consumidores domésticos.

Ora, embora o regulador controle apenas os preços finais do mercado regulado, a subida desta componente relativa às redes também pode ser refletida nas ofertas do mercado livre. Depende da decisão da empresa comercializadora.

Ao Eco/Capital Verde, a EDP Comercial, Goldenergy e a Endesa afirmam que irão refletir nas faturas do gás natural, a partir de 1 de outubro, o custo adicional das tarifas de acesso às redes. Já a Galp vai aumentar o preço do gás natural que fornece, em média, em 16%. A Repsol preferiu não tecer comentários.

Numa simulação de preços, através do site do regulador, para um casal sem filhos a oferta mais acessível é a do mercado regulado, que cobra 15,60 por mês. Segue-se a oferta da Dourogás, nos 18,52 euros, e finalmente da Galp, de 18,63 euros. Olhando ainda a outras das ofertas que aqui foram mencionadas, a EDP Comercial aparece em sexto lugar e a Endesa apenas em oitavo, com ofertas de 19,47 e 21,41 euros, respetivamente. A Goldenergy segue-se à energética espanhola, com uma oferta nos 22,70 euros.

Para um casal com dois filhos, o cenário é semelhante. As primeiras três ofertas, mais atrativas, pertencem ao mercado regulado, Dourogás e Galp, a EDP sobe para a quinta posição e a Endesa e Goldenergy mantêm-se nos oitavo e nono lugares.

Eletricidade estável até final do ano. Galp é exceção

No caso da fatura da luz, o calendário é diferente. É em meados de outubro que é publicada a proposta do regulador para os preços que entrarão em vigor no ano seguinte, e cuja discussão se prolonga até meados de dezembro, quando é conhecida a decisão final.

No entanto, na mesma nota que dirigiu aos clientes em agosto sobre o gás natural, a Galp informou que irá subir já a 1 de outubro os preços da luz que pratica, numa média de 9%. A petrolífera justifica com o “aumento continuado” do custo de compra de energia nos mercados internacionais, tal como avançou a Lusa em agosto.

A EDP Comercial, novamente, indica que não tenciona agravar os preços da eletricidade das suas ofertas. Em paralelo, a Endesa garante igualmente a estabilidade de preços aos seus clientes, pelo menos até ao final do ano. Para os novos clientes, depende da evolução dos mercados grossistas da eletricidade (onde os comercializadores compram a eletricidade aos produtores).

A mesma política de estabilidade vai ser seguida pela Goldenergy em outubro e até dezembro, embora a empresa se declare “atenta” às novas tarifas dos acessos à rede e à evolução natural do mercado. A Repsol também preferiu não adiantar a sua posição neste caso.

Em relação ao próximo ano, a Secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, expressou “preocupação” quanto à hipótese de as tarifas de eletricidade voltarem a subir em janeiro. “Estou preocupada, naturalmente. Há muitas incertezas relativamente aos custos e é preocupante que possa haver um agravamento das tarifas”, disse, à margem de uma conferência sobre energia promovida pelo jornal Eco, em Lisboa.

A governante assinalou ainda que o Governo está “a trabalhar” em medidas que possam servir de almofada no caso de futuras subidas na fatura da luz.

De momento, no mercado elétrico, os preços regulados são a terceira opção mais barata, cobrando 37,76 euros mensais a um casal sem filhos, e a Goldenergy aparece em sexto lugar, com uma oferta de 38,69 euros. A Galp está em oitavo, cobrando 39,47 euros, a Endesa em 10.º, nos 40,64 euros, a Repsol em 14.º e a EDP em 17.º, com uma fatura a ascender aos 44,88 euros. Isto, excluindo ofertas condicionadas ou com fidelização e escolhendo uma tarifa simples (por oposição a bi-horária).

Para um casal com dois filhos, o mercado regulado já conta apenas como a quinta melhor opção, nos 96,40 euros, a Galp está em sétimo, Goldenergy em oitavo, Repsol em nono, Endesa em 13.º e EDP novamente em 17.º, já nos 112,58 euros mensais.

(Notícia atualizada com a informação de que a EDP Comercial irá refletir a subida do valor da tarifa de acesso às redes no preço do gás, em vez de o manter inalterado)

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