Após deixar o Brasil, Colep Consumer Products “inova” com hub de 3,5 milhões em Vale de Cambra

Com vendas de 306 milhões de euros e mais de mil trabalhadores, fabricante detida pelo grupo RAR contratou 50 profissionais “altamente qualificados” para promover um cluster de cosmética em Portugal.

A portuguesa Colep Consumer Products (CCP), que abandonou a operação industrial no Brasil no início deste ano, poucos meses depois de ter concretizado o encerramento de duas fábricas na Alemanha, em Bad Schmiedeberg e Laupheim, com o objetivo de “otimizar a sua presença industrial na Europa”, prepara-se para inaugurar a 16 de outubro um novo Innovation Hub em Vale de Cambra (distrito de Aveiro).

Este centro de inovação da contract manufacturer de produtos para cosmética, cuidado pessoal, cuidados para o lar e produtos farmacêuticos de venda livre representou um investimento de 3,5 milhões de euros e vai arrancar com uma equipa de 50 pessoas de várias nacionalidades, que “poderá aumentar em breve”, anunciou em comunicado a empresa detida pelo grupo RAR.

Integrando uma equipa de marketing internacional, um serviço de criação de embalagens e um departamento dedicado à regulamentação dos cosméticos, esta nova unidade “posiciona Portugal como um hub de inovação na beleza e pretende promover a criação de um cluster de cosmética de excelência no nosso país”, resume a empresa liderada pelo italiano Pierfranco Accardo, que na mesma nota enviada às redações destaca ainda o “[reforço] do compromisso com a investigação e desenvolvimento de produtos diferenciadores”.

Com a reestruturação do footprint industrial que permitiu à empresa “evoluir também ao nível da rendibilidade”, como sublinhou o grupo de Nuno Macedo Silva no último relatório e contas da RAR, ao deixar de operar no Brasil e reduzir “significativamente” na Alemanha, concentra agora a atividade industrial em Portugal (Vale de Cambra), na Polónia (Kleszczów) e no México (Santiago de Querétar), através da qual abastece os clientes norte e centro-americanos. Na Ásia tem uma parceria (ACOA) com uma aliança de três fabricantes: Daizo (Japão), Pax (Austrália) e Wonder Products (Índia).

Em termos consolidados, a Colep Consumer Products, que empregava 1.094 pessoas no final do ano passado, das quais 270 em Portugal, aumentou as vendas de 260 milhões de euros em 2022 para 306 milhões de euros em 2023, “principalmente impulsionadas pelo impacto do aumento dos preços das matérias-primas e dos volumes produzidos”. “Uma gestão eficaz dos custos operacionais e um mix de produtos mais rentável permitiram que o EBITDA aumentasse de 27,2 milhões em 2022 (versão reexpressa) para 41,4 milhões de euros em 2023”, contabilizou o grupo RAR na última prestação de contas.

Este foi o segundo exercício completo desde que, no verão de 2021, a Colep concretizou a cisão das unidades de negócio de produtos de consumo e de embalagens. Na sequência desta operação, a antiga Colep Portugal passou a designar-se Colep Consumer Products, enquanto a área de embalagens assumiu a designação Colep Packaging e passou a ser liderada por Paulo Sousa.

Como o ECO noticiou em julho, a Colep Packaging, fundada há quase 60 anos pelo histórico empresário Ilídio Pinho e que passou pelas mãos de um fundo de George Soros e do Banco Espírito Santo (BES) antes de ser comprada pelo grupo RAR no início do século, tem em carteira um plano de investimentos de 50 milhões de euros, que inclui a construção de uma fábrica no México e a expansão e modernização das unidades industriais em Portugal, Espanha e Polónia.

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