Montenegro garante que “não está a fazer birra fiscal ou orçamental” no IRS Jovem e IRC

Primeiro-ministro refere que propostas do IRS Jovem e IRC "marcam uma diferença" face ao PS, mas admite que "terá de fazer uma aproximação aos outros partidos para conseguir executar o plano".

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu esta segunda-feira que o Governo “não [está] a fazer uma birra fiscal ou orçamental” nas propostas do IRS Jovem e do IRC, inscritas no Orçamento do Estado para 2025 apresentado na semana passada e que estiveram nas últimas semanas no centro das negociações com o Partido Socialista.

“Quando falamos que queremos ter um país onde se pague menos impostos sobre o rendimento do trabalho, e em particular sobre o rendimento do trabalho dos jovens, quando falamos que é preciso ter um país onde se tribute menos o rendimento das empresas para que elas possam pagar melhor salários e ter mais meios para alavancar investimentos e para recorrer a outras fontes de financiamento porque não têm capitais próprios, quando falamos disso não estamos a fazer nenhuma birra fiscal ou orçamental. Estamos mesmo a marcar uma diferença”, disse Montenegro.

Ainda assim, durante uma intervenção na inauguração de uma unidade de transformação de pescado em Peniche, o primeiro-ministro destacou que “sabe que não tem uma maioria absoluta no Parlamento” e que, por causa disso, o Executivo terá de fazer uma “aproximação aos outros partidos para conseguir executar este plano”.

Na mesma ocasião, Luís Montenegro salientou que “para haver atividade económica é preciso que se dê uma boa retribuição pelo esforço de trabalho de cada um e que se retribua a capacidade empreendedora das empresas”. E deixou um apelo às empresas para não deixarem escapar o talento: “Portugal não pode contemplar a perda de capital humano para o estrangeiro”.

Polémica com Chega “não interessa a ninguém a não ser” a Ventura

Já esta manhã, falando na inauguração do Pavilhão Multiusos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Peniche, o primeiro-ministro defendeu que “as questões menores” que têm sido levantadas nos últimos dias por outros dirigentes políticos só vão prejudicar e descredibilizar quem as tem suscitado.

Sem mencionar nomes, Luís Montenegro aproveitou este discurso para deixar um recado implícito e dirigido, pelo menos, ao presidente do Chega, André Ventura. “Tantos tentam distrair a opinião pública e publicada com questões menores, que não interessam a ninguém a não ser aos próprios e, mesmo assim, o tempo dirá que é no seu próprio prejuízo e na sua própria descredibilização”, criticou.

Nestes dias, acrescentou, em que “enquanto uns se distraem com aquilo que é completamento lateral e menor, o Governo mantém-se firme e empenhado em resolver os problemas das pessoas”. “É o que vai fazer nos próximos dias, nas próximas semanas e, como o senhor presidente da Câmara antecipou, nos próximos anos”, disse.

Na passada quinta-feira, em entrevista à TVI, o líder do Chega, André Ventura, alegou ter tido várias reuniões com o primeiro-ministro que não foram divulgadas à comunicação social com vista a um acordo sobre o Orçamento do Estado para 2025, que incluía a possibilidade de o partido vir integrar o Governo, num “contexto político diferente”.

Nesse dia, o primeiro-ministro assegurou, através da rede social X, que “nunca o Governo propôs um acordo ao Chega”, e acusou André Ventura de mentir. “Nunca o Governo propôs um acordo ao Chega. O que acaba de ser dito pelo Presidente desse partido é simplesmente mentira. É grave mas não passa de Mentira e Desespero”, disse, sem voltar ao tema sempre que foi questionado em público. Nos últimos dias, a acusação voltaria a ser repetida por André Ventura.

No sábado, num comício em Vila Nova de Famalicão (Braga), o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou que a direita em Portugal “não é de confiança”, classificando como “uma vergonha” que os líderes do PSD e do Chega se acusem mutuamente de mentir. “Não sabemos quem mente, não vamos dirimir essa disputa. Mas para dizer ‘André, nós não confiámos em vocês e, portanto, não vamos negociar convosco’, bastava uma reunião”, disse Pedro Nuno Santos.

Para o líder socialista, esta é uma questão que precisa de ser clarificada, para os portugueses ficarem com a certeza de que “a palavra do primeiro-ministro é para levar a sério”.

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