“Vai ser mais difícil para nós competir com o Novobanco”, diz CEO do BPI
"Faz todo o sentido que o acionista do Novobanco possa retirar dividendos, valoriza o ativo e mais uma vez fortalece um agente do mercado", afirmou João Pedro Oliveira e Costa ao ECO.
O acordo entre o Fundo de Resolução e o Novobanco para o fim antecipado do acordo de capital contingente (CCA, na sigla em inglês) é um “sinal positivo”, pois clarifica o tema, permite aos americanos da Lone Star retirar dividendos e valorizar o ativo, afirmou João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, admitindo que “vai ser mais difícil” competir com o Novobanco.
“Eu acho que é um fator bastante positivo porque clarifica de uma vez por todas esse tema do Fundo de Resolução“, disse Oliveira e Costa ao ECO, à margem de uma conferência da IBM em Lisboa esta quinta-feira.
O ECO noticiou na quinta-feira que a entidade liderada por Luís Máximo dos Santos já entregou no Ministério das Finanças um draft do contrato negociado com o Novobanco, estando agora nas mãos de Joaquim Miranda Sarmento uma decisão final sobre um processo que, a fazer-se, estará concluído nas próximas semanas e permitirá acelerar a venda do banco. Para o Fundo de Resolução acaba com a incerteza de ter de colocar mais fundos no banco para lá dos mais de três mil milhões que já injetou desde 2017 para suportar as perdas com o legado do BES e manter os rácios de capital do banco. Já para o Novobanco (leia-se Lone Star, que controla 75% do banco) o fim antecipado do acordo permitirá desbloquear os dividendos e abrir a porta à venda da instituição.
“É importante haver essa clarificação para o Novobanco”, referiu Oliveira e Costa. “Faz todo o sentido que o acionista do Novobanco possa retirar os seus dividendos, valoriza o ativo e mais uma vez fortalece um agente do mercado e torna mercado mais competitivo”.
O CEO do BPI admitiu que “vai ser mais difícil para nós competir com o Novobanco, tem sido, nota-se isso perfeitamente todos os dias”. Elogiou ainda a gestão liderada por Mark Bourke como “muitíssimo boa e muito profissional“.
Explicou, contudo, que é importante clarificar um aspeto “que é que quem vai pagar todo o empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução são os bancos”.
“Nós vamos pagar, os bancos, e não são todos, só aqueles que na altura foram destinados para isso, vamos pagar, até 2046, 250 milhões de euros por ano“, sublinhou. “E com resultado positivo [para o Estado], porque o que nós vamos pagar, com taxa de juro é acima do que foi o dinheiro injetado”.
Questionado sobre quem poderá ser novo dono do Novobanco, João Pedro Oliveira e Costa disse que é a Lone Star que decidirá. “Até por respeito de concorrência, não vou comentar mesmo e eu sei que essa é uma pergunta que está sempre em cima da mesa”.
“Se estivesse no Novobanco também já estaria um bocadinho aborrecido estarem-me sempre a perguntar onde é que vai acabar [o banco]”, concluiu.
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