BCE: Sistemas legais têm de estar preparados para aumento do malparado
O Banco Central Europeu pediu a alguns países para prepararem os respetivos sistemas legais antes que aumente o número dos empréstimos em incumprimento dos bancos.
O Banco Central Europeu (BCE) instou alguns países a prepararem os respetivos sistemas legais antes que o número de créditos duvidosos dos bancos seja elevado para que seja possível uma resolução bancária.
O BCE publicou a última revisão das práticas de supervisão e marcos legais sobre créditos duvidosos em todos os países da Zona Euro. O documento descreve como se tratam os créditos duvidosos nos diferentes países da Zona Euro, com dados e descrições concretas por países.
"Uma das principais lições da crise financeira e a experiência em muitos países com elevados níveis de créditos duvidosos é que é necessário ser proativo e estar preparado antes que os níveis destes créditos sejam elevados.”
“Uma das principais lições da crise financeira e a experiência em muitos países com elevados níveis de créditos duvidosos é que é necessário ser proativo e estar preparado antes que os níveis destes créditos sejam elevados“, segundo o BCE.
O banco liderado por Mario Draghi afirma que as instituições financeiras deveriam adotar medidas em épocas mais tranquilas para que a gestão dos créditos duvidosos seja robusta. Mas o BCE afirma ainda que os bancos nalguns países não podem solucionar os créditos duvidosos de maneira eficiente por questões legais e estes têm um impacto negativo nos resultados dos bancos.
O presidente da Autoridade Bancária Europeia afirmou que “se houver vontade, há forma” de resolver este problema do malparado. Mas que dificilmente haverá uma solução europeia por não serem “viáveis politicamente”. Andrea Enria defende que o desenvolvimento de orientações comuns para a gestão a nível nacional dos empréstimos em incumprimento poderá ser importante para facilitar a limpeza do balanço dos bancos.
As conclusões do BCE são divulgadas numa altura em que o crédito malparado continua a pesar na rentabilidade dos bancos e a “inibir a capacidade das entidades de oferecer crédito à economia”, afirma o banco central. No final do terceiro trimestre de 2016 os empréstimos duvidosos dos bancos sistémicos da Zona Euro, que o BCE supervisiona diretamente, ascendiam a 921.000 milhões de euros.
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