Portugal tem intenções de investimento “muito interessantes”, diz ministro da Economia

A fiscalidade e o licenciamento são os dois "grandes temas necessários para desbloquear o investimento em Portugal", identifica o ministro da Economia.

Portugal tem um pipeline de intenções de investimento “muito interessante”, com algumas operações em estado “muito avançado”, revelou esta terça-feira o ministro da Economia, Pedro Reis, que sublinhou que a diplomacia económica está a trabalhar muito com a Alemanha, França e Reino Unido.

“Este é um momento interessante para captar investimento em Portugal”, disse Pedro Reis, na abertura do congresso dos gestores portugueses, na Gulbenkian. “Temos um mundo volátil e o investimento em busca de amarração”, acrescentou.

A estratégia seguida por Portugal é “escolher duas ou três cadeias de valor e depois é rolo compressor”. “É essa a minha estratégia nos conselhos de competitividade” da União Europeia, acrescentou. Mas para que esta estratégia tenha sucesso é fundamental que a própria União Europeia defina um mapa e, independentemente da concorrência interna, seja definida uma leitura transversal”. Pedro Reis defende que a Península Ibérica tem “condições seletivas” e “cadeias de valor mais densificadas”, nas quais a UE deveria apostar, nomeadamente a energia, deixando para a Alemanha outro tipo de investimentos.

“Há um pipeline de investimento muito interessante com operações identificadas muitas avançadas, algumas com sinalização e cartas de conforto do Estado português”, revelou o ministro da Economia, justificando com o facto de haver uma genuína intenção de investir em Portugal”. Os “argumentos que chamam a atenção para Portugal foram reforçados e a isso se juntou a segurança da decisão de investimento”, precisou. “A matriz de decisão dos investidores tem a ver com safe harbours e, em todas, vejo Portugal”, acrescentou.

Pedro Reis avança que vê “um interesse muito focado” no alinhamento e pipeline existente de intenções de investimentos, nos “clusters verde e azul”. “Se soubermos ser competitivos e ágeis, nomeadamente na área do shipping e retrofitting, gestão dos pavilhões, materialização dos formulários, comunicação entre navios, portos e autoridades marítimas”, exemplifica, “isso depois conta para ver se somos ou não atrativos para o investimento.

Pedro Reis sublinhou que um outro cluster, que está a atrair as atenções dos investidores, “tem a ver com centros de serviços partilhados, que vão muito além dos data centers”. “É através dos centros de competência que estamos a ir buscar a indústria novamente”, disse.

Já nos setores do imobiliário e real estate os “países do Golfo têm demonstrado interesse em projetos de dimensão”. “É importante dar escala aos projetos e escala ao licenciamento em grandes áreas de reabilitação e desenvolvimento da cidade e do país”, sublinhou, recordando que foi precisamente esse o objetivo do primeiro-ministro quando em Braga anunciou a criação da Sociedade de Gestão Reabilitação e Promoção Urbana, a que o Governo dará o nome de Parque Humberto Delgado, e que “será o instrumento para pensar, projetar e ordenar o Arco Ribeirinho Sul nos municípios de Almada, Barreiro e Seixal”.

Um segundo pólo, o Ocean Campus, será entre o vale do Jamor e Algés, nos municípios de Lisboa e Oeiras, e o terceiro irá aproveitar os terrenos que serão libertados com o fim do atual aeroporto Humberto Delgado, nos municípios de Lisboa e Loures.

Reconhecendo que a fiscalidade e o licenciamento são os dois “grandes temas necessários para desbloquear o investimento em Portugal” – “nas reuniões intergovernamentais analisamos como resolver os custos de contexto”, conta –, Pedro Reis defende que se fosse possível “aprovar um pré-financiamento, com a definição das condições de investimento, o país poderia “ir muito para além dos parâmetros normais”.

Pedro Reis considera que a linha de mil milhões de euros, que recebeu recentemente luz verde de Bruxelas, é fundamental para apoiar grandes projetos de descarbonização. “É o nosso IRA, à nossa escala”, brincou numa analogia com o pacote de investimentos aprovado pelo Governo norte-americano principalmente para a descarbonização da sua economia.

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