Primark estreia caixas self-checkout, mas garante que não reduz empregos
Diretor de vendas da Primark Portugal diz que tecnologia não tem levado a redução dos empregos. Antes, tem libertado equipas para outras tarefas, como a experiência em loja.
Depois de sete anos sem abrir novas lojas em Portugal, a Primark inaugurou este mês um estabelecimento no Montijo, que, pela primeira vez, está equipado com caixas self-checkout. O diretor de vendas, Nelson Ribeiro, garante ao ECO, porém, que essa novidade não levou à diminuição dos postos de trabalho — foram criados 70 empregos com esta nova loja — e explica que a tecnologia tem permitido mesmo realocar os trabalhadores a outras “tarefas essenciais”.
“A introdução da tecnologia de self-checkouts não levou a uma redução da nossa equipa. Os nossos colegas continuam a ser essenciais na assistência aos clientes e na garantia de uma experiência tranquila na área de self-checkout. Esta tecnologia permite-nos realocar o tempo dos colegas a outras tarefas essenciais dentro da loja”, sublinha o head of sales da Primark Portugal.
Nelson Ribeiro acrescenta que também nas demais dez lojas que a Primark tem em Portugal a tecnologia não tem levado a cortes nos empregos. Antes, tem libertado a equipa, permitindo que esta se dedique à experiência em loja do cliente. “A nossa equipa continua a ser crucial para o sucesso das nossas lojas“, salienta o responsável.
Vários estudos têm dado conta que a tecnologia não irá eliminar o emprego humano, mas irá criar novas funções, alertando que será preciso requalificar os trabalhadores. Questionado sobre essas necessidades de formação, o head of sales da Primark Portugal assegura ao ECO que têm sido disponibilizados vários programas formativos interna, “adaptados a todos os níveis da equipa, que incluem formação personalizada para colaboradores do retalho e coaching para as funções de liderança“.
“Todos os anos, avaliamos as necessidades de desenvolvimento das nossas equipas e oferecemos oportunidades de formação relevantes“, realça Nelson Ribeiro. E detalha que, em preparação para a abertura da nova loja no Montijo, por exemplo, foram dadas mais de 2.300 horas de formação.
Para preparar esta abertura, por exemplo, proporcionámos mais de 2.300 horas de formação, utilizando uma combinação de formatos virtuais, de e-learning e presencial.
“O conteúdo do nosso programa de formação abrange tópicos essenciais, incluindo informações sobre a marca, operações de loja, técnicas de merchandising visual, dinâmica de equipa, saúde e segurança e movimentação manual de cargas. Também fornecemos módulos de formação específicos relacionados com o serviço ao cliente e a sensibilização para pessoas com deficiência motora“, conta o responsável.
Nelson Ribeiro destaca, ainda neste âmbito, as oportunidades de crescimento interno da Primark, revelando a sua própria história: “eu, por exemplo, ao longo dos últimos 12 anos, desempenhei várias funções na empresa, desde store manager a area manager até head of sales“.
Seguem-se Guimarães, Viseu e Covilhã. Primark volta a recrutar
Em junho, então com dez lojas em Portugal, a Primark anunciou um plano de expansão no mercado nacional. Em causa está um investimento de 40 milhões de euros para a abertura de quatro novas lojas e a criação de 500 novos postos de trabalho.
A inauguração da nova loja do Montijo deu início a esse plano, estando agora prevista a abertura de estabelecimentos em Guimarães, Viseu e Covilhã.
Portanto, a Primark vai voltar a recrutar, com o objetivo de chegar aos 2.200 trabalhadores totais em Portugal (neste momento, tem cerca de 1.700). “Estaremos a recrutar ativamente para funções em vários perfis para satisfazer as necessidades das nossas novas lojas“, indica Nelson Ribeiro.
Com a nossa mais recente expansão, estamos a criar mais de 500 novos postos de trabalho, aumentando a nossa equipa em Portugal para mais de 2.200 pessoas.
O responsável afirma que a Primark procura “atrair talentos diversificados para todos os cargos que oferecemos” e “candidatos que partilhem os valores e sejam fãs da marca”. “Para nós, não importa se é o seu primeiro emprego, se está a regressar ao mercado de trabalho após alguns anos, ou se já tem experiência“, assinala Nelson Ribeiro. O head of sales adianta também que a Primark avalia as competências e a experiência dos candidatos, mas também a sua capacidade de trabalho em equipa e a sua orientação para o cliente.
Questionado sobre os salários que são oferecidos aos trabalhadores e como estes comparam com as referências nacionais, o responsável enfatiza que são “consistentemente superiores ao salário mínimo nacional” (hoje em 820 euros brutos) e que os pacotes de compensação são revistos regularmente para garantir que são “justos e refletem as condições económicas atuais”.
“Embora os salários possam variar consoante a função e a localização, certificamo-nos de que os nossos colaboradores são compensados de forma justa, especialmente tendo em conta a inflação e as pressões do custo de vida“, declara.
Os nossos salários são consistentemente superiores ao salário mínimo nacional, e revemos regularmente os nossos pacotes de compensação.
Já quanto ao tipo de contrato de trabalho, Nelson Ribeiro revela que há tanto trabalhadores com contrato a prazo, como trabalhadores com contratos não permanentes, o que, por um lado, dá à Primark flexibilidade para “formar uma equipa que melhor sirva o modelo de negócio e as exigências dos clientes”, e, por outro, “permite satisfazer as preferências de trablho” dos empregados.
Hoje, a Primark Portugal conta com muitos trabalhadores jovens “ansiosos por crescer”, sendo que alguns estão a ter a sua primeira experiência no mercado de trabalho. Mas também têm trabalhadores mais experientes, que “procuram progredir nas suas carreiras num ambiente vibrante“, informa o mesmo responsável.
Fundada na Irlanda em 1969, a Primark emprega, neste momento, mais de 80 mil trabalhadores em 17 países da Europa e dos Estados Unidos. Tem 450 lojas, das quais 11 em Portugal.
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