Digi marca lançamento em Portugal para 4 de novembro
Evento de lançamento da nova operadora de telecomunicações no mercado português foi marcado para segunda-feira, 4 de novembro, da parte da tarde, em Lisboa.
O lançamento da Digi em Portugal já tem data marcada. A nova operadora acaba de marcar um evento em Lisboa para segunda-feira à tarde, data em que irá arrancar com a operação em Portugal, cerca de três anos depois de ter adquirido licenças 5G no país.
“É com grande entusiasmo que a Digi o convida para o evento de lançamento da marca em Portugal, a decorrer no próximo dia 4 de novembro. Este evento marca a chegada oficial da Digi ao mercado português”, lê-se na nota difundida esta quarta-feira, à qual o ECO teve acesso.
Durante o evento, que decorrerá num conhecido hotel da capital, a Digi promete revelar os “próximos passos em Portugal, com uma apresentação exclusiva” da oferta. É certo que a empresa terá serviços móveis e fixos, permanecendo a dúvida sobre se conseguirá lançar logo um serviço de televisão.
Para tal, a Digi, detida pelo grupo romeno Digi Communications, tem vindo a construir de raiz uma operação em Portugal. O tiro de partida foi dado em 2021 quando conseguiu adquirir licenças para explorar o 5G no leilão promovido pela Anacom. Na altura, ainda sob a designação Dixarobil, a empresa teve de pagar mais de 67 milhões de euros por estes ativos.
Enquanto isso, a Digi também esteve a construir uma rede fixa pelo menos desde 2022, ano que o ECO noticiou em exclusivo a intenção da operadora de lançar uma rede fixa além da rede móvel. Ademais, a empresa tentou licenciar canais de televisão, com o intuito de oferecer um serviço de televisão paga, mas enfrentou negociações difíceis com os grupos de media, incluindo uma rutura com a Media Capital que chegou às páginas dos jornais.
Já este ano, surgiu uma oportunidade única para a Digi: a Autoridade da Concorrência chumbou a compra da Nowo, a quarta operadora em Portugal, por preocupações concorrenciais. A Media Capital, dona da TVI e da CNN Portugal, posicionou-se para tentar ficar com a operadora, mas foi ultrapassada à última hora pela Digi, que propôs pagar significativamente mais para ficar com a Nowo, que também tem licenças 5G e já tem contratos de distribuição com os canais de televisão mais vistos pelos portugueses.
Foram 150 milhões de euros que o grupo romeno ofereceu ao acionista espanhol da Nowo para resgatar a companhia, que enfrentava uma delicada situação financeira. A transação foi aprovada na noite do passado dia 23 de outubro, permitindo à Digi iniciar a operação com 130 mil clientes fixos e 270 mil clientes móveis. Ao rasgar o contrato que já tinha assinado com a Media Capital, o acionista da Nowo teve de pagar dez milhões de euros à dona da TVI.
“Esta aquisição marca um passo estratégico significativo para a Digi, permitindo uma mais rápida expansão no mercado português. A combinação de forças com a Nowo permitirá à Digi oferecer uma gama completa de serviços de telecomunicações”, comentou a Digi em pleno verão, depois de anunciar a compra, revelando que prevê investir “mais de 500 milhões de euros” no mercado português, onde já tem “mais de 500 colaboradores”.
Ao longo da sessão, revelaremos os nossos próximos passos em Portugal, com uma apresentação exclusiva da nossa oferta.
Prazo legal estava a terminar
Os direitos de utilização das frequências foram-lhe atribuídos pelo regulador no dia 30 de novembro de 2021. Ora, como o regulamento do leilão obrigava o início da exploração no prazo de três anos, a Digi tinha, por lei, de iniciar a comercialização de serviços móveis até ao final do mês que vem, prazo que deverá cumprir.
Não sendo, assim, uma surpresa que a nova operadora se apresente ao mercado neste momento, o anúncio da data de lançamento vem pôr fim a longos meses de expectativa por parte de utilizadores em redes sociais e fóruns, assim como dos próprios reguladores e da concorrência – que, de resto, há muito que se prepara para este momento.
Em Espanha, onde a Digi está presente, a empresa forçou uma nova dinâmica no mercado ao oferecer preços mais baixos e fidelizações mais flexíveis, de apenas três meses e só nas ofertas fixas. Com a confirmação da data do lançamento, o foco volta-se agora para as ofertas, com o mercado à espera de saber se a empresa conseguirá, afinal, ir ao encontro da expectativa de muitos potenciais clientes.
Como noticiou o ECO, para já, as operadoras já estabelecidas – que têm alertado para a necessidade de preservar a sustentabilidade financeira do setor português das comunicações eletrónicas – estão a estudar a hipótese de apostar nas respetivas marcas low-cost já existentes para concorrer mais diretamente com a Digi. São elas a Uzo, detida pela Meo; a Woo, que pertence à Nos; e o Amigo, da Vodafone.
Segunda-feira dedicada ao 5G
De propósito ou não, a chegada da Digi na tarde do dia 4 de novembro acontece no mesmo dia em que a Nos convocou os jornalistas para um outro evento, na parte da manhã, com o objetivo de assinalar o terceiro aniversário do 5G em Portugal.
Nessa outra sessão vão estar presentes dois administradores da Nos, Manuel Ramalho Eanes e Jorge Graça, numa “oportunidade para fazer um balanço de três anos de 5G em Portugal, com uma perspetiva dos vários projetos a decorrer neste momento, bem como para dar conta dos avanços no que diz respeito ao 5G Stand Alone“, lê-se noutro convite a que o ECO teve acesso, numa referência à tecnologia de quinta geração mais avançada.
A Nos foi a primeira em Portugal a lançar a quinta geração em Portugal, no dia 29 de novembro de 2021, imediatamente depois de ter recebido da Anacom os direitos de utilização das frequências que também adquiriu no leilão.
(Notícia atualizada pela última vez às 17h27)
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