Lucro da Caixa sobe quase 40% para 1.369 milhões até setembro

"Foram uns bons nove meses", destacou o líder do banco público. Paulo Macedo acena com uma "entrega significativa ao Estado" no próximo ano. Margem estabilizou com descida dos juros.

Paulo Macedo, presidente da comissão executiva da Caixa.Hugo Amaral/ECO

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou lucros de 1,37 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que corresponde a uma subida de 38,7% em comparação com o mesmo período do ano passado. Atingiu uma rentabilidade de 18,8%.

A margem financeira – diferença entre os juros recebidos nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – praticamente estabilizou nos 2,1 mil milhões de euros, com o banco público a sentir já os efeitos da descida das taxas de juro.

Foram uns bons nove meses e esperamos uma entrega significativa [de dividendos] ao Estado no próximo ano“, frisou o CEO Paulo Macedo na apresentação dos resultados. A Caixa foi o último dos grandes bancos a fazê-lo, depois da banca privada ter lucrado 2,5 mil milhões no mesmo período.

O Governo está a contar com um dividendo de cerca de 670 milhões de euros da CGD, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2025, apontando-se assim para um lucro de 1,7 mil milhões no conjunto de 2024.

Os resultados com comissões também estabilizaram nos 437 milhões de euros. “Não aumentámos o preçário”, disse Paulo Macedo. O produto bancário registou uma quebra de 4% para os 2,69 mil milhões de euros, devido ao resultado de operações financeiras, que caiu 27% para 120 milhões (há um ano tinha contabilizado uma mais-valia com a avaliação da sede, que entregou ao Estado sob a forma de dividendo em espécie).

Outro fator que impulsionou o resultado foi a reversão de imparidades em 330 milhões de euros, “reconhecendo a melhoria do enquadramento macroeconómico acima do esperado” em Portugal

“Esforço de contenção de custos”

Do lado dos custos, “refletem um esforço de contenção”, explicou a CFO Paula Geada, que diz que este esforço não interfere no investimento em tecnologia, risco e nos quadros. “Temos vindo a aumentar a remuneração dos nossos colaboradores, como acontece com o novo acordo com os sindicatos”, disse. A Caixa atingiu um nível de eficiência histórico com um rácio cost to income de 28,6% e custos de estrutura de 780 milhões de euros.

Ao nível do balanço, a carteira de crédito em Portugal aumentou 2,8% para 46,6 mil milhões de euros, crescendo em todos os segmentos, incluindo na habitação, que somou 2% para 25,1 mil milhões de euros. Nas empresas cresceu 3,6% para 20,4 mil milhões.

Nos recursos de clientes, que atingiram os 108 mil milhões de euros, os depósitos aumentaram mais de 5% para 74 mil milhões de euros na atividade doméstica, enquanto os recursos fora do balanço subiram 2,1% para 23 mil milhões.

Capitais próprios supera marca dos 10 mil milhões

O bom desempenho permitiu um reforço do nível de solvabilidade e de liquidez. O rácio CET1 subiu para 21%, atingindo capitais próprios de 10 mil milhões de euros, e o rácio LCR melhorou para 339%.

(Notícia atualizada às 17h04)

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