Alemanha vai a eleições a 23 de fevereiro se Scholz falhar moção de confiança
A maior economia da Zona Euro enfrenta um cenário de incerteza política após a demissão do ministro das Finanças, Christian Lindner. Moção de confiança ao Governo alemão vai ser votada no Bundestag.
Apesar de ainda não estar confirmada a data para a moção de confiança ao Governo alemão a ser votada no Bundestag, os deputados do Partido Social Democrata (SPD, na sigla em inglês), do chanceler Olaf Scholz, e da oposição acordaram que as eleições antecipadas decorram em 23 de fevereiro, avançam a Bloomberg e o Politico.
A Alemanha já teria eleições legislativas no próximo ano, previstas para 28 de setembro. Mas, depois da demissão do ministro das Finanças, Christian Lindner, na semana passada, que ditou o colapso da coligação governamental, a ida às urnas deverá ser antecipada se o Executivo liderado por Olaf Scholz perder a moção de confiança, que deverá ter lugar na primeira quinzena de dezembro, antes do Natal.
No mesmo dia em que demitiu Lindner, do Partido Democrático Liberal (FDP, na sigla em inglês), o chanceler alemão chegou a anunciar que iria pedir um voto de confiança ao Bundestag para 15 de janeiro. No entanto, o líder do maior partido da oposição, Friedrich Merz (CDU – União Democrata-Cristã), pressionou Scholz a antecipar a votação da moção de confiança.
Apesar de as sondagens apontarem, neste momento, para uma vitória da aliança conservadora CDU/CSU nas eleições legislativas, o líder do Governo alemão tem-se mostrado confiante em voltar a contrariar as baixas intenções de voto no seu partido, que está atrás da Alternativa para a Alemanha (AfD, extrema-direita) e do qual Olaf Scholz espera ter o apoio para concorrer a outro mandato.
Depois das eleições, a formação de um novo Governo de coligação poderá demorar semanas ou meses. A CDU prometeu não formar uma coligação federal com a AfD, o que torna provável uma coligação com o SPD. Mas, com base nas sondagens e tendo em conta a crescente fragmentação política, os conservadores e os sociais-democratas poderão precisar de um terceiro partido para governar.
Confiança dos investidores cai após colapso do Governo de Scholz
A confiança dos investidores na Alemanha caiu em novembro face a outubro, perdendo parte do terreno recuperado no mês anterior, após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA e a rutura do Governo de coligação alemão.
De acordo com um comunicado do Centro de Investigação Económica Europeia (ZEW), divulgado esta terça-feira, o índice de confiança do investimento no país situou-se em 7,4 pontos, menos 5,7 pontos do que no mês anterior.
“As expectativas económicas para a Alemanha foram ofuscadas pela vitória de Trump e pelo colapso do Governo de coligação alemão. Na pesquisa atual, o sentimento económico diminuiu, com o resultado da eleição presidencial dos EUA provavelmente a ser a principal razão”, disse o ZEW.
A agência disse ainda que, nos últimos dias, se ouviram opiniões mais otimistas, que esperam que as perspetivas melhorem com a aproximação das eleições antecipadas na Alemanha, que foram marcadas para 23 de fevereiro de 2025.
Juntamente com a queda das expectativas, a avaliação da atual situação económica na Alemanha também piorou. Este indicador caiu 4,5 pontos em novembro em comparação com o mês anterior, para -91,4 pontos, o valor mais baixo desde maio de 2020, no auge da pandemia do coronavírus.
No que diz respeito à Zona Euro, o sentimento entre os especialistas do mercado financeiro caiu para 12,5 pontos, menos 7,6 pontos que no mês anterior, enquanto a avaliação da situação atual desceu de -40,8 para -43,8 pontos.
(Notícia atualizada pela última vez às 12h19)
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