Aumentos adicionais de pensões não são “prioridade” para a Iniciativa Liberal
Rui Rocha reconheceu que as pensões em Portugal “são baixas genericamente, como os salários são baixos”, mas “é preciso fazer escolhas”.
O presidente da IL assumiu esta sexta-feira que aumentos adicionais das pensões não estão entre as suas prioridades, considerando que é “preciso fazer escolhas” e que, num primeiro momento, é fundamental promover um maior crescimento económico. “Não é, neste momento, uma prioridade da Iniciativa Liberal (IL) fazer aumentos adicionais às pensões. Eu recordo que, nas pensões, existe uma fórmula de aumento aplicável todos os anos – elas têm crescido – e, portanto, essa não é uma prioridade da IL”, referiu Rui Rocha.
O líder da IL falava aos jornalistas durante uma visita à Autozitânia, em Odivelas, uma empresa que importa e distribui peças para automóveis, tendo sido questionado se o partido pretende apresentar propostas orçamentais relativas às pensões, à semelhança do que fez o PS e o Chega. Rui Rocha reconheceu que as pensões em Portugal “são baixas genericamente, como os salários são baixos”, mas “é preciso fazer escolhas”.
“A escolha da IL neste momento é crescimento económico para que, depois, sim, então de forma sustentada possamos aumentar pensões, salários e ter um país mais próspero”, referiu, reforçando que só “com crescimento económico prolongado no tempo” é que as pensões e os salários podem crescer sustentadamente. Interrogado se continua a considerar, como tinha dito em fevereiro, que o PSD não tem coragem para uma reforma do sistema de pensões, Rui Rocha respondeu que a “falta de coragem do PSD é aplicável às várias áreas, às várias dimensões do país”.
“Este é um Orçamento do Estado que não muda nada num mundo que mudou tudo, e mais ainda com as eleições nos Estados Unidos”, referiu, acrescentando que “o mundo está a mudar a uma velocidade muito elevada” e o Governo optou “por adiar as soluções, as reformas, essa energia transformadora para o país, por mais um ano”.
“Não sabemos mesmo se será só por um ano, porque ninguém nos diz que este não será o Orçamento que será aplicável no ano seguinte, nessa altura em duodécimos, com a instabilidade política que existe. E, portanto, estamos a perder tempo. Este Orçamento não muda nada”, disse. Rui Rocha disse que, com as cerca de 50 propostas de alteração ao Orçamento do Estado que a IL apresentou, o partido espera “contribuir para que alguma coisa possa mudar”.
Interrogado se, tendo em conta que tanto o PS como o Chega apresentaram propostas com vista a aumentos extra nas pensões, teme que haja coligações negativas na especialidade, Rui Rocha afirmou que não se atreve “a fazer prognósticos, sobretudo quando estão em causa partidos absolutamente imprevisíveis, que já mostraram que não são partidos de confiança”, referindo-se ao Chega.
“Mudam de posição tantas vezes que eu posso estar agora aqui a fazer uma previsão baseada em determinadas circunstâncias e essas circunstâncias, no caso desse partido em concreto, mudam logo a seguir. Portanto, eu não faço previsões sobre partidos que não são confiáveis”, afirmou. Questionado se a IL considera adequada a abertura de um novo processo de revisão constitucional, após o Chega ter manifestado a intenção de o desencadear, Rui Rocha reiterou que o partido de André Ventura não é confiável.
Essa iniciativa “ainda não foi apresentada, foi anunciada, nós temos tempo para olhar para isso e para pensar”, afirmou, antes de abordar o facto de o Chega ter manifestado a vontade de rever a Constituição para reduzir o número de deputados.
Rui Rocha salientou que, em termos de representação política, a IL tem um entendimento “completamente diferente” do Chega e defende a criação de “um círculo de compensação que permita que a ausência de representação, que hoje é manifesta em muitas zonas do país que elegem muitos poucos deputados, possa ser reforçada”.
“A nossa prioridade, do ponto de vista da representação política, é assegurar que mais portugueses veem o seu voto a ser útil para eleger a sua representação”, disse.
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