Fusion Fuel une forças com empresa QIND e lança-se no negócio do gás

Depois de ter declarado a insolvência da fábrica de equipamentos de hidrogénio verde, em Benavente, a Fusion Fuel procura reerguer-se apostando no negócio do gás.

A Fusion Fuel anunciou esta terça-feira que irá comprar uma participação de 70% na empresa Quality Industrial (QIND), que opera no setor do gás. Como “moeda de troca”, a empresa portuguesa vai passar a ser controlada pelos acionistas da empresa, com sede nos Emirados Árabes Unidos.

Apesar de o mercado de hidrogénio verde se ter desenvolvido mais devagar do que era antecipado, a procura pelos nossos serviços de consultoria e engenharia permanece elevada“, indica o CEO da Fusion Fuel, Frederico Chaves, citado no comunicado. Assim, com a aquisição da QIND, a empresa portuguesa espera estar a construir um “pilar estável” que permita “responder às necessidades presentes do mercado”, ao mesmo tempo que se posiciona para “as oportunidades de crescimento de longo prazo” que ainda diz ver no setor do hidrogénio verde.

A Fusion anunciou um acordo para adquirir cerca de 70% da QIND. Para concretizar esta compra, a Fusion oferecerá aos proprietários da QIND 19,99% das suas ações ordinárias, além de ações preferenciais convertíveis. No final de contas, a QIND poderá arrecadar uma participação na Fusion Fuel de cerca de 70%, passando a controlar a empresa portuguesa.

Esta transação não envolve dinheiro, mas resultará numa diluição significativa para os atuais acionistas. É importante notar que a conversão das ações preferenciais em ordinárias está sujeita à aprovação dos acionistas da Fusion. Outra das consequências desta aliança é a junção de John-Paul Backwell, CEO da QIND, ao conselho de administração da Fusion Fuel.

As operações da QIND estão sediadas no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O seu “braço” operacional, a Al Shola Gas, declarou receitas de 11 milhões de dólares e um lucro de 1,8 milhões em 2023. A empresa detém 40 mil clientes de gás de petróleo liquefeito (GPL) no Médio Oriente, entre os quais estão a Emirates Airlines, a Dubai Properties e o Governo do Dubai. Emprega mais de 100 trabalhadores.

Este comunicado é emitido depois de a Fusion Fuel ter declarado insolvência, na semana passada, da fábrica de eletrolisadores para projetos de hidrogénio verde inaugurada em 2023 em Benavente. A situação foi justificada pelo CEO com uma falha de um investimento de 33,5 milhões de dólares (cerca de 31 milhões de euros), que devia ter sido concretizado até ao fim de outubro.

Segundo o Jornal Económico, a Fusion Fuel deu entrada no Juízo Central Cível de Lisboa, a 6 de novembro, com um processo contra o investidor Norbert Rudolf Bindner, referido como diretor da Hydrogenial e que estaria interessado na compra de 56 milhões de ações da empresa de Benavente, exigindo-lhe o pagamento de 27 milhões de euros. O CEO da tecnológica portuguesa disse que, se o investidor “cumprir com o contrato”, conseguirão “reduzir muito os danos”.

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