Ministério Público abre investigação a uso de documentos durante 40 anos por Álvaro Sobrinho

A decisão surge na sequência da Investigação SIC que revelou que o banqueiro usou indevidamente documentos portugueses durante 40 anos.

O Ministério Público acaba de abrir um inquérito para investigar o uso de documentos portugueses durante 40 anos por parte de Álvaro Sobrinho, ex-líder do BESA. O Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) avançou com uma queixa-crime contra Álvaro Sobrinho. Uma das conclusões do inquérito interno é que o banqueiro foi notificado da situação, mas apenas em maio deste ano.

O Ministério Público quer agora saber se Sobrinho se apresentou no processo BES como português, apesar de ter renunciado à cidadania há 40 anos, avança a SIC Notícias. O objetivo é apurar se, em alguma das vezes em que Álvaro Sobrinho se apresentou à Justiça – quando foi ouvido pelos procuradores e quando foi interrogado pelo juiz – se identificou como português.

Este inquérito é aberto na sequência de uma investigação da SIC que denunciava que Álvaro Sobrinho, que está prestes a ser julgado por 18 crimes de abuso de confiança e cinco de branqueamento de capitais no processo do BESA, encontra-se em Angola há cerca de três meses e que renunciou à cidadania portuguesa há cerca de 40 anos, desconhecendo-se se vai ou não estar presente para responder em tribunal.

“O Ministério Público fez um requerimento ao processo para emissão de certidão de peças do processo para subsequente remessa ao DIAP, com vista a ser registado inquérito. Esse requerimento já foi deferido pelo juiz”.

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, revelou que o inquérito aberto no Instituto dos Registos e Notariado (IRN) sobre a utilização de documentos nacionais pelo ex-presidente do BESA Álvaro Sobrinho já permitiu identificar algumas falhas.

“Já temos alguns dados preliminares que nos indicam algumas falhas no processo que já estão identificadas. Temos de aprofundar com maior detalhe e queremos e aguardamos que também nos seja entregue um plano de ação para suprir estas falhas que existiram no sistema. Está a ser acautelado e espero em breve ter mais novidades”, disse a governante sobre o processo de averiguação interna aberto na sequência de uma reportagem da SIC.

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