Altice estuda “várias opções” para monetizar redes, data center e imobiliário em Portugal
O grupo confirmou que continua a explorar possíveis negócios envolvendo os ativos portugueses, tais como as redes de fibra e de cobre, o centro de dados da Covilhã e o seu vasto património.
A Altice International continua a “explorar várias opções” para monetizar os ativos da Altice Portugal, incluindo infraestrutura e imobiliário, à medida que participa nos esforços de redução do endividamento do grupo.
Numa chamada telefónica com investidores, no dia em que a Altice International apresentou as contas do terceiro trimestre, altos responsáveis da empresa assumiram que potenciais transações com ativos em Portugal continuam sob avaliação, três meses depois de ter sido afastada a hipótese da venda da totalidade da operação portuguesa.
Um dos principais ativos que foram destacados foi a posição de controlo (50,01%) na FastFiber, que detém a rede de fibra ótica usada pelo Meo, e da qual a Morgan Stanley Infrastructure Partners detém os restantes 49,99%.
Mas não foi o único. Gerrit Jan Bakker, responsável financeiro do grupo, referiu-se também à antiga rede de cabo do Meo, a centros de dados (a Altice é dona do centro de dados da Covilhã) e o vasto património imobiliário que herdou como legado da Portugal Telecom.
Além do Edifício Picoas em Lisboa, com 60 mil metros quadrados de área útil, a subsidiária portuguesa da Altice detém seis outros ativos imobiliários com mais de dez mil metros quadrados e outra dezena de instalações de menor dimensão, com área útil entre três mil e dez mil metros quadrados.
Estes dados fazem parte de uma apresentação sobre a Altice Portugal aos investidores, à qual o ECO teve acesso, e que circulou no ano passado, numa altura em que o dono da Altice, o multimilionário Patrick Drahi, desencadeou um processo para tentar vender o negócio em Portugal. O documento ficou celebremente conhecido como “Project Recital”.
Como noticiou o ECO em julho deste ano, a transação esteve em vias de avançar com a operadora estatal saudita STC, mas as negociações caíram por terra, por não ter sido possível alcançar um acordo sobre o preço final. Acabaria por desistir da venda pouco depois.
A Altice International é o ramo menos endividado de um grupo multinacional que acumula um passivo de dezenas de milhões de euros. No final do terceiro trimestre, a Altice International, que comanda a Altice Portugal, tinha uma dívida líquida de 8,58 mil milhões de euros, correspondendo a um rácio de dívida face ao EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 5,3x.
Esta quarta-feira, os responsáveis da companhia insistiram que a meta é reduzir esta métrica para um valor entre 4x e 4,5x, mas admitiram que este objetivo não é fixo. Se as perspetivas do negócio se alterarem, esta meta pode vir a ser revista.
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