Tupai recebe investimento de quatro milhões do BPF e Flexdeal

Financiamento ao abrigo do Programa de Recapitalização visa a modernização tecnológica e o desenvolvimento de novos produtos pela empresa de ferragens de Águeda.

O Banco Português de Investimento (BPF) e a Flexdeal investiram quatro milhões de euros na recapitalização da Tupai, uma empresa de metalomecânica de Águeda. Programa de Recapitalização tem 46% da dotação alocada e já investiu em 14 empresas.

O investimento na Tupai foi realizado no âmbito do Programa de Recapitalização Estratégica, que apoia empresas economicamente viáveis, e inclui 2,8 milhões de euros financiados pelo Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR), financiado pelo PRR, e 1,2 milhões de euros da Flexdeal SIMFE (Sociedade de Investimento Mobiliário para Fomento do Mercado), informa o BPF em comunicado.

“Acreditamos que esta parceria marca o início de uma nova etapa no crescimento da Tupai. Reforçaremos as nossas valências internas e consolidaremos a marca como referência europeia e mundial na indústria de ferragens”, afirma o administrador financeiro, Vítor Camarneiro, citado na nota enviada às redações.

A injeção dos quatro milhões será concretizada através da aquisição de ações próprias da Tupai e da subscrição de obrigações convertíveis em ações, “com vista a proporcionar maior flexibilidade na estrutura de financiamento”, explica a instituição liderada por Ana Carvalho. Há um ano que a Tupai estava a negociar este investimento com o BPF.

O financiamento visa a “modernização tecnológica e aumento da capacidade produtiva” da empresa que fabrica acessórios industriais para o setor da construção civil, nomeadamente “através da implementação de células robotizadas e softwares de gestão avançados”. Tem ainda como objetivo o apoio à inovação e ao desenvolvimento de novos produtos, capacitando a empresa para a entrada em novos mercados.

“Este investimento reforça a capacidade produtiva e a inovação da Tupai, ao mesmo tempo que reflete o compromisso do BPF em apoiar setores estratégicos da economia nacional, promovendo a sustentabilidade e a inovação”, destaca a presidente executiva do BPF, citada no comunicado. Alberto Amaral, CEO da Flexdeal, reitera o “compromisso no fomento da economia, com aposta na consolidação e expansão da marca”.

Programa de Recapitalização com 46% da dotação alocada

Presentemente, o programa tem 46% da sua dotação alocada, tendo investido diretamente em 14 empresas, estando duas ainda à espera de contratar o investimento aprovado – a Calvelex (têxtil), que está a negociar um investimento do Fundo de Capitalização e Resiliência de 2,94 milhões e a Derwo (componentes técnicos de madeira) que está a negociar 1,96 milhões de euros.

O Programa de Recapitalização Estratégica conta com 200 milhões de euros de dotação global, através de verbas do FdCR, tendo por objetivo estimular o crescimento sustentável da economia e colmatar a “delapidação” de capitais próprios durante a crise gerada pela pandemia. Mas, apesar dos prazos apertados de execução decorrentes da origem dos fundos ser do PRR – o período de investimento termina a 31 de dezembro de 2025 –, o programa tem sofrido vários reveses. Em novembro de 2023, foram quatro as empresas que saíram por desistências e agravamento das condições e antes disso, Mário Ferreira, protagonizou uma desistência mediática com a Pluris, em agosto de 2022, que libertou na altura 40 milhões de euros. Já este ano saíram a Riopele e a Eurogalva.

Em agosto, fonte oficial do banco disse ao ECO que a instituição estava a analisar “nove operações no âmbito do Programa de Recapitalização Estratégica, totalizando um montante de investimento superior a 115 milhões de euros”.

Em termos globais, o FdCR (que tem uma dotação de 1,32 mil milhões) já contratou 64,4% da sua dotação e pagou 61,1% a capitais de risco e empresas (411,72 milhões de euros).

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