Fim de projeto da Foundever para cliente em França leva a despedimento de 300 pessoas em Portugal

O grupo tem em Portugal cerca de 3.700 colaboradores e justifica a caducidade dos contratos com a conclusão de projeto de suporte ao mercado francês para um cliente.

A empresa de call centers Foundever, que conta com cerca de 3.700 colaboradores em Portugal, dispensou 300 trabalhadores com contratos a termo incerto, após a conclusão de um projeto de suporte ao mercado francês. A empresa justifica a decisão com a necessidade de “uma constante adaptação” ao mercado.

“A Foundever confirma que este ano concluiu um projeto de suporte ao mercado francês para um dos seus clientes“, adiantou fonte oficial da empresa ao ECO. A mesma fonte explica que “este término resultou na caducidade de cerca de 300 contratos a termo incerto dos colaboradores alocados a este projeto, conforme esteve sempre definido nos respetivos contratos”.

A multinacional, cujo country leader em Portugal é Pedro Santos e que até ao ano passado respondia pelo nome Sitel Group, conta com escritórios em Lisboa e no Porto e presta serviços na área dos centros de contacto especializada em suporte a clientes multilingue, prestando serviços em mais de 20 línguas.

A empresa realça que “o seu setor de atividade exige uma constante adaptação às dinâmicas de mercado, de forma a garantir a sustentabilidade a longo prazo do seu negócio e a continuidade da entrega de valor aos seus clientes.”

As saídas na multinacional levaram o PCP a questionar o Governo sobre este plano, citando 500 despedimentos. No entanto, segundo a informação concedida pela empresa, está em causa a saída de menos 200 pessoas.

“No entendimento do PCP, trata-se de despedimentos que não cumprem a legislação em vigor, tendo em conta, designadamente, que os trabalhadores foram ‘avisados’ do seu despedimento com dois dias de antecedência”, escreve o partido comunista numa pergunta direcionada ao Executivo.

Também o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (SINTTAV) refere que “inúmeras denúncias chegam ao SINTTAV de que serão umas ‘centenas’ de trabalhadores que abruptamente receberam a notícia por videoconferência de que o seu contrato de trabalho estava ‘condenado’ a terminar”, acrescentando que estes “despedimentos” poderão configurar uma ilegalidade.

“Os trabalhadores visados neste despedimento abrupto a asfixiar as suas vidas, seguiram a orientação de também passarem a denúncia para a DGERT e ACT e já obtiveram a informação de que este processo de despedimento a não serem cumpridos todos os formalismos legais, estará a incorrer numa contraordenação grave nos termos do disposto na legislação do trabalho“, indica o sindicato.

Sobre este assunto, a empresa garante que cumpriu a lei. “A Foundever reforça que toda a legislação aplicável foi, como sempre, rigorosamente cumprida, tendo a empresa prestado todo o apoio necessário às pessoas envolvidas neste processo.”

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