IP lança análise custo-benefício para investir na Linha do Vouga
O estudo, lançado pela IP, vai fazer a "análise custo benefício para a Linha do Vouga, visando estimar os tráfegos de passageiros passíveis de serem captados pela ferrovia".
A Infraestruturas de Portugal (IP) encomendou um estudo de procura e uma análise de custo-benefício acerca da Linha do Vouga, visando investimentos futuros e incluindo a ligação à Linha do Norte, consultou esta quarta-feira a Lusa.
De acordo com o contrato assinado em novembro com a empresa VTM Consultores por 87,9 mil euros, que tem de estar pronto em outubro de 2024, em causa está “um estudo de procura, incluindo a análise custo benefício para a Linha do Vouga, visando estimar os tráfegos de passageiros passíveis de serem captados pela ferrovia”.
O estudo deve considerar “a componente intramodal Linha do Vouga/Linha do Norte e intermodal considerando a complementaridade com os restantes modos de transporte, num horizonte de 30 anos”. Em causa estão cenários “quer se trate de tráfego com origem e destino na linha, quer se trate de tráfego de atravessamento, interessando caracterizar a mobilidade atual e futura de pessoas”, de modo a “tornar o transporte ferroviário mais eficiente e competitivo, quando comparado com o modo rodoviário”.
De acordo com as cláusulas especiais consultadas pela Lusa, não há qualquer menção à forma de ligação à Linha do Norte, não havendo qualquer referência direta à bitola, que difere da Linha do Vouga (métrica) face à do Norte (ibérica).
O conjunto de cenários a analisar relativamente à evolução socioeconómica e demográfica compreendem um otimista, um tendencial e um pessimista, e quanto à infraestrutura e oferta, serão estudados quatro cenários, incluindo um base, que refletirá a “manutenção das condições de infraestrutura e de oferta em 2023”.
Nos restantes, o chamado cenário 1 estudará as “atuações previstas no âmbito do plano de intervenções da IP” quanto à infraestrutura e, relativamente à oferta, abordará a “introdução de famílias [de serviço] observando todas as paragens” e com supressão de algumas paragens”.
Já no cenário 2, quanto à infraestrutura prevê-se o estudo das “atuações previstas no cenário 1 acrescido da eletrificação em toda a extensão da linha”, mantendo-se o estudo de serviço em todas as paragens ou supressão de algumas paragens. Está ainda previsto um cenário 3 “a definir”.
“O estudo permitirá a caracterização da procura atual e a estimação da procura futura para os seguintes horizontes de análise: um ano após a entrada em serviço das intervenções planeadas (1.º ano de exploração) e 5, 10, 20 e 30 anos após as mesmas”, pode ler-se nos documentos.
Quanto à ACB, esta deverá “indicar, do ponto de vista económico e financeiro, qual a melhor solução de investimento de entre os cenários possíveis”, e após a “seleção do cenário a implementar pela IP, sintetizar numa ACB os resultados para essa solução técnica, para integrar a candidatura a cofinanciamento comunitário”.
Atualmente, está a decorrer uma requalificação da Linha do Vouga em toda a sua extensão (Espinho – Aveiro) em bitola métrica, encontrando-se inscrita no PNI [Plano Nacional de Investimentos] 2030, com uma dotação de 100 milhões de euros. Em 3 de setembro, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, revelou que o Governo estava a estudar a possibilidade de ligar a Linha do Vouga à Linha do Norte, sem adiantar mais detalhes, após se reunir com a Área Metropolitana do Porto (AMP).
Já em outubro, o presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, Amadeu Albergaria, disse à Lusa que o “mais possível de suceder é uma ligação direta da Linha do Vouga à Linha do Norte”. Em causa está a ligação entre as duas linhas em Espinho, “diretamente antes da estação, sem transbordo”, chegando um passageiro vindo de Santa Maria da Feira ou Oliveira de Azeméis “no mesmo comboio ao Porto”.
“Aquilo que é o compromisso é que, durante o mês de outubro, o Governo anunciaria medidas de requalificação integral da Linha do Vouga, com a sua ligação direta à Linha do Norte”, disse o autarca. Em 6 de novembro, a Lusa questionou o Governo sobre o tema, mas não obteve qualquer resposta.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
IP lança análise custo-benefício para investir na Linha do Vouga
{{ noCommentsLabel }}