Portugueses vão a Davos falar de energia, IA e competências
António Guterres, Cláudia Azevedo, Miguel Stilwell, Graça Carvalho, Pedro Reis, Paulo Rangel, Rui Teixeira, Ana Luísa Virgínia e Luís Valente são os portugueses que vão marcar presença em Davos.
Davos volta a ser o palco dos grandes decisores mundiais da economia, política e diplomacia. Sob o lema “Colaboração para a Era Inteligente”, o encontro vai contar com mais de 900 personalidades, entre as quais haverá pelo menos dez portugueses, alguns já repetentes e com direito a intervir em alguns painéis.
É o caso da ministra do Ambiente e da Energia. Maria da Graça Carvalho é uma das oradoras no segundo dia de trabalhos a quem é colocada a questão: “Num cenário geopolítico e tecnológico cada vez mais volátil, onde devem os líderes concentrar a sua atenção para moldar eficazmente a geoeconomia da energia e dos materiais?” Com Fatih Birol, diretor executivo da Agência Internacional de Energia; Muhammad Taufik, CEO da Petronas; Kgosientso Ramokgopa, ministro da Eletricidade e Energia da África do Sul; Jonathan Price, CEO da Teck Resources e Meghan O’Sullivan diretora do Centro Belfer para a Ciência e Assuntos Internacionais da Universidade de Harvard, a ministra portuguesa vai analisar o contexto energético internacional num momento em que a procura de energia tem vindo a aumentar e os investimentos em energias limpas deverão atingir os dois mil milhões de dólares em 2024.
Mas Graça Carvalho não é o único elemento do Executivo português que estará presente. O ministro do Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, acompanhado por um adjunto, também vai marcar presença na estância de ski, “onde terá encontros bilaterais e participará em eventos fechados”, avançou ao ECO fonte oficial das Necessidades. E o ministro Pedro Reis vai participar num evento com o presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell, e a nova comissária europeia da Concorrência, a espanhola Teresa Ribera. Miguel Stilwell, como habitualmente, não vai sozinho. Este ano será acompanhado do seu CFO, Rui Teixeira, avançou ao ECO fonte oficial da elétrica.
As empresas portuguesas estarão ainda representadas pela CEO da Sonae. Cláudia Azedo vai tentar dar pistas sobre o esforço colaborativo necessário para colmatar as lacunas de competências dos trabalhadores e desbloquear os benefícios para a competitividade, o crescimento e a produtividade das empresas. Ao seu lado terá Joe Ucuzoglu, CEO global da Deloitte, e Jayant Chaudhary, ministro indiano da Educação, entre outros, para falar da necessidade de continuar a apostar nos recursos humanos, porque estes escasseiam, mesmo com as empresas a investir mais de 240 mil milhões de dólares por ano em inteligência artificial.
A inteligência artificial é, aliás, um dos temas que vai dominar o encontro de Davos este ano. A comitiva de empresários portugueses vai ainda contar com Ana Luísa Virgínia, CFO do Grupo Jerónimo Martins, e Luís Valente, CEO da iLoF, uma startup que quer “ajudar a desenvolver medicamentos personalizados”, como contou o próprio ao ECO. Convidado para participar num dos eventos paralelos, Luís Valente vai falar da sua empresa que já está a dar cartas graças ao processo não invasivo de análise, através de uma plataforma de inteligência artificial, lamentando que os preços pouco acessíveis de Davos afastem outros empresários e os impeçam de viver esta experiência.
O naipe de portugueses é ainda composto por António Guterres, que, fruto do cargo máximo que desempenha nas Nações Unidas, marca presença todos os anos.
No entanto, António Costa, o novo presidente do Conselho Europeu, não vai estar em Davos, porque a sua pesada agenda internacional não o permite, confirmou ao ECO fonte oficial do seu gabinete
Uma presença habitual que este ano também não irá a Davos é o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, confirmou o ECO.
Quem vai ‘regressar’ este ano é Donald Trump, já no papel de Presidente dos Estados Unidos, mas a sua intervenção será por videoconferência, já que decorrerá três dias depois da sua tomada de posse. Trump será um dos 60 Chefes de Estado e de Governo neste edição de 2025, onde se inclui também o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que intervirá na sessão de terça-feira 21 de janeiro.
Entre outras presenças confirmadas em Davos na próxima semana, está a do vice-primeiro-ministro chinês, Ding Xuexiang, da presidente da Comissão Europeia, Ursula con der Leyen, e do novo ministro dos Negócios Estrangeiros da Síria na sequência da queda do regime de Bashar al-Assad, Asaad al-Shaibani. Entre os 350 responsáveis políticos aguardados, contam-se ainda o chanceler alemão, Olaf Scholz, o Presidente da Argentina, Javier Milei, o chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, e o Presidente de Israel, Isaac Herzog, assim como vários líderes de organizações, entre os quais o secretário-geral da NATO, Mark Rutte.
Criado em 1971, o Fórum Económico Mundial reúne todos os anos milhares de participantes, entre empresários, líderes políticos e representantes da sociedade civil, numa estância de esqui nos Alpes Suíços transformada em centro de conferências internacionais durante uma semana, tendo este ano sido mobilizados cinco mil militares para garantir a segurança em torno do evento, anunciou o Governo suíço na segunda-feira.
“Esta reunião anual ocorre num momento marcado por um nível de incerteza global maior do que aquele a que assistimos numa geração, impulsionado por tensões geopolíticas, fragmentação económica e aceleração das alterações climáticas. Neste clima mais instável, a única forma de enfrentar desafios urgentes e desbloquear novas oportunidades é através de abordagens inovadoras e cooperativas”, disse o presidente do Fórum Económico Mundial, o norueguês Borge Brende, durante a apresentação da 55ª edição do Fórum esta semana.
Notícia atualizada às 17h53 com a informação da participação de Paulo Rangel
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