Quase 42% dos desempregados encontraram um novo trabalho em 2024

Maioria dos empregadores manteve-se a trabalhar entre 2023 e 2024. Já quase 42% dos desempregados encontraram um novo posto de trabalho, num ano em que o mercado deu sinais de resiliência.

Quase 42% das pessoas que estavam desempregadas em 2023 encontraram um novo trabalho em 2024, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Por outro lado, a maioria dos empregados manteve-se a trabalhar, num ano marcado pela estabilidade do mercado nacional.

“Do total de pessoas que estavam desempregas em 2023, 35,2% (123,7 mil) permaneceram nesse estado em 2024, enquanto 41,9% (147,1 mil) transitaram para o emprego e 22,8% (80,2 mil) para a inatividade”, informa o gabinete de estatísticas, num destaque publicado esta manhã.

Por outro lado, das pessoas que estavam empregadas em 2023, a maioria (94,3% ou quase 4,8 milhões de pessoas) permaneceu nesse estado em 2024. Ainda assim, 2,4% (120,5 mil) passaram para o desemprego e 3,3% (169,1 mil) para a inatividade, isto é, não só deixaram de trabalhar, como não estão a procurar uma nova oportunidade, nem estão disponíveis para começar um novo trabalho.

das pessoas que estavam inativas em 2023, 91,5% (quase 3,4 milhões de pessoas) mantiveram-se nessa situação em 2024, mas 5,6% (203,5 mil pessoas) começaram a trabalhar e 2,9% (quase 107 mil pessoas) passaram a estar disponíveis a arrancar um novo emprego, o que significa que transitaram para o desemprego.

Contas feitas, o fluxo líquido do emprego (isto é, o total de entradas no emprego menos as saídas) foi positivo em 2024, estimando-se em 61,1 mil pessoas. Já o fluxo líquido do desemprego foi “praticamente nulo, em resultado do total de pessoas que transitaram para o desemprego ter sido aproximadamente igual ao total das que saíram”, realça o INE.

90 mil passaram a trabalhadores por conta de outrem

Entre 2023 e 2024, 90,1 mil pessoas que tinham um trabalho por conta própria passaram a trabalhar por conta de outrem, revelam os dados divulgados esta manhã pelo INE. Em causa estão 12,6% dos trabalhadores por conta própria, menos 2,3 pontos percentuais do que tinha sido registado entre 2022 e 2024.

“Em contrapartida, 2,1% (91,5 mil) das pessoas que tinham um trabalho por conta de outrem transitaram para um trabalho por conta própria“, assinala o gabinete de estatísticas.

Já quanto ao tipo de vínculos praticados no mercado português, os dados mostram que, do total de trabalhadores por conta de outrem que, em 2023, tinham um contrato de trabalho com termo ou outro tipo de contrato, 37,6% (282,7 mil) passaram a ter um contrato sem termo em 2024.

Por outro lado, de 2023 para 2024, transitaram para um trabalho a tempo completo 29,9% (124,7 mil) das pessoas que tinham inicialmente um trabalho a tempo parcial.

E entre as pessoas que permaneceram empregadas entre 2023 e 2024, 9,4% mudaram de emprego. Em causa estão 448,5 mil indivíduos, o correspondente a uma diminuição de 0,2 pontos percentuais face ao verificado entre 2022 e 2023.

Mais jovens sem trabalhar, nem estudar

Ainda que o mercado de trabalho nacional continue a dar sinais de resiliência, há uma “entorse” que merece atenção, nas palavras da ministra do Trabalho: a situação dos mais jovens. Não só o desemprego entre estas pessoas é mais elevado do que a taxa global, como há uma fatia considerável que nem estuda, nem trabalha. Aliás, de acordo com os dados divulgados esta manhã pelo INE, há mais jovens nessa última situação do que havia em 2023.

“De 2023 para 2024, 52,8% (109,0 mil) dos jovens dos 16 aos 34 anos que não estavam empregados, nem em educação ou formação (NEEF) permaneceram nesse estado, enquanto 33,5% (69,1 mil) transitaram para o emprego e 18,3% (37,8 mil) passaram a frequentar um nível de ensino ou formação”, adianta o gabinete de estatísticas.

E em comparação com o ano anterior, a percentagem de jovens dos 16 aos 34 anos que continuaram sem emprego
e sem frequentar um nível de educação ou formação aumentou 1,2 pontos percentuais, como mostra o gráfico acima.

(Notícia atualizada às 11h44)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Quase 42% dos desempregados encontraram um novo trabalho em 2024

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião