Lucros da Navigator sobem 4% para 287 milhões de euros no “segundo melhor ano de sempre”
Administração da papeleira propõe distribuição adicional de dividendos aos acionistas no valor de 75 milhões de euros, depois do adiantamento de 100 milhões que já foi pago em janeiro.
A The Navigator Company fechou o ano passado com um resultado líquido de 287 milhões de euros, o segundo maior da história da empresa, após uma subida de 4% face aos lucros que tinha obtido em 2023, de acordo com o comunicado publicado esta quinta-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A papeleira liderada por António Redondo, que em outubro anunciou o arranque da produção na nova fábrica de embalagens de celulose moldada em Aveiro, já pagou a 14 de janeiro quase 100 milhões de euros em dividendos antecipados aos acionistas, correspondentes a um valor bruto aproximado de 14 cêntimos por ação. Agora, propõe a distribuição adicional de 75 milhões de euros, correspondente a pouco mais de 10,5 cêntimos por ação.
Ainda sem incluir o impacto das recentes aquisições na área de tissue em Espanha (GC Consumer) e no Reino Unido (Accrol), também nos indicadores do volume de negócios (+7%, para 2.088 milhões de euros) e do EBITDA (+9%, para 547 milhões de euros) — sendo a margem EBITDA de 26% (+0,5 pp) — este grupo industrial alcançou em 2024 os segundos valores mais elevados de sempre.
Por segmentos, as vendas de papel de impressão e de embalagem aumentaram 8% e encolheram 16% na pasta, enquanto no tissue (produto acabado e bobines) registou um disparo de 55% – e oito em cada dez euros já são faturados no estrangeiro. Já o negócio de packaging duplicou as vendas face a 2023, com a exportação para a Europa a valer 70%, com destaque para Itália, Espanha, França e Alemanha.
Na nota enviada à CMVM, a Navigator sublinha que estes resultados foram “alcançados num ano marcado por um contexto macroeconómico e geopolítico adverso e muito desafiante, com grande volatilidade nos mercados internacionais (financeiros, energéticos, logísticos e de matérias-primas)”. Assentaram, por isso, numa “gestão eficiente [que] permitiu reduzir os cash costs entre 2% e 10% face a 2023 em todos os segmentos de pasta e papel”.
Por outro lado, apesar do “esforço de tesouraria” que exigiu a aquisição britânica (153 milhões de euros, acrescidos da consolidação de dívida), do aumento de 29% do investimento para 241 milhões e do pagamento de 150 milhões em dividendos relativos ao exercício anterior, o rácio dívida líquida / EBITDA fixou-se em 1,13x, com o custo médio da dívida a situar-se abaixo de 2,4%.
Isto, reforça a empresa na comunicação feita ao regulador, num “enquadramento de renovação da dívida, totalizando 330 milhões de euros, com alargamento de prazos e em contexto de taxas de juro em alta à época”. Cerca de 90% da dívida total foi emitida a taxa fixa.
“Partilha” 19 milhões com os empregados
No plano laboral, um dia depois de ter anunciado que vai atribuir até 925 euros por trabalhador para apoiar com as despesas da compra de habitação própria ou arrendamento, a Navigator contabiliza que vai propor à assembleia geral a “participação dos colaboradores nos resultados do exercício até 19 milhões de euros”, sendo que 3 milhões já foram pagos antecipadamente em dezembro.
“A performance alcançada pela empresa tem também um impacto nos salários, na medida em que os colaboradores, além do aumento geral, irão beneficiar de uma percentagem do resultado exclusivamente para progressões e promoções de carreira, o que se traduzirá num aumento médio final de cerca de 5,8%”, acrescenta no comunicado.
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