Conheça Hugo Soares, o novo rosto do PSD, em três momentos
Desde os slogans da manifestação Geração à Rasca com a JSD até ao púlpito da Assembleia da República, é este o resumo do percurso de Hugo Soares, o novo líder parlamentar.
Com 86,4% dos votos (76 a favor, 12 brancos, um nulo), Hugo Soares é o novo rosto do PSD. É licenciado em direito, advogado, bracarense, e começou na política aos 18 anos. Hugo Soares, que sem oposição foi eleito esta quarta-feira para líder parlamentar do PSD, esteve à frente da juventude laranja e saltou para a ribalta da opinião pública quando foi a cara da proposta de referendo para a questão da coadoção por casais do mesmo sexo.
Conheça o percurso do novo líder social-democrata, que vai começar a ver mais vezes nas interpelações do principal partido da oposição, em três momentos.
O “Jota” da Geração à Rasca
O percurso político de Hugo Soares começa na Juventude Social-Democrata, a qual chegou a liderar mesmo já enquanto deputado do PSD na Assembleia da República. Numa entrevista ao jornal i, assumiu ter participado numa manifestação do movimento “Geração à rasca” durante o Governo de José Sócrates. “Fui. Foi uma manifestação de uma geração à rasca”, disse ao jornal.
Era já época de Governo Passos Coelho, mas Hugo Soares não punha de parte voltar a participar numa manifestação, desde que a temática se assemelhasse. “Claro que sim”, afirmou ao jornal. “Não significava que estivesse lá a dizer que este Governo é uma porcaria, mas iria para alterar para a falta de oportunidades que a minha geração tem, que é brutal”, acrescentou, defendendo que se trata de “uma geração enrascada que nunca vai viver” como a dos pais”.
Foi na JSD que Hugo Soares começou a estabelecer-se como uma cara conhecida do partido social-democrata. Um perfil realizado pelo Dinheiro Vivo em 2013 destacava que a moção “Cumprir Portugal”, de Hugo Soares, pedia o fim da gratuitidade da saúde e da educação — “hipócrita e socialmente iníqua”. Para Hugo Soares, “quem tem mais, tem de pagar mais, para podermos proteger aqueles que têm menos rendimentos”.
O deputado que queria referendar a coadoção
“Todos os direitos das pessoas podem ser referendados.” Foi essa a frase da polémica, dita numa entrevista com a TVI, que Hugo Soares disse ter sido descontextualizada e levou a grandes críticas vindas de várias alas políticas.
O deputado do PSD, que era então também líder da JSD, pretendia que a coadoção de crianças por casais do mesmo sexo fosse sujeita a referendo, uma proposta controversa que dividiu o Parlamento. Mais tarde chumbado pelo Tribunal Constitucional, o referendo à coadoção e adoção de crianças por casais do mesmo sexo foi ideia de Hugo Soares, e a sua aprovação no Parlamento levou mesmo à demissão de Teresa Leal Coelho do seu cargo de vice presidente da bancada parlamentar do PSD: “Estou frontalmente em desacordo”, disse.
Para Hugo Soares, o referendo seria uma questão de abrir o debate à sociedade civil, em vez de o manter restringido “às quatro paredes do Parlamento”, mas a sua entrevista na TVI voltou muitos contra eles quando, questionado sobre se deveriam ser referendados os direitos das pessoas, respondeu que sim. “Todos os direitos das pessoas podem ser referendados”, disse. Após críticas, disse ao jornal Público que o assunto tinha sido empolado. “Acho profundamente lamentável que se crie uma notícia à volta de algo que não existe. (…) É evidente que existe um conjunto alargado de direitos e de matérias que não são referendáveis”, respondeu.
Uma estrela na Comissão de Inquérito à CGD
Hugo Soares voltou ao destaque, já enquanto vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, como um dos rostos mais expressivos da Comissão Parlamentar de Inquérito à Caixa Geral de Depósitos, e por ter apertado o cerco à volta de Mário Centeno na altura da polémica dos SMS.
Com frases que foram desde “Portugal merecia muito mais”, no Fórum TSF, até acusar Ferro Rodrigues de “colocar em causa o regular funcionamento do Parlamento, na newsletter do PSD, Hugo Soares chegou a dizer que Mário Centeno mentia “descaradamente aos portugueses”.
Hugo Soares terá agora mais oportunidades de fazer uso da palavra no Parlamento para confrontar diretamente esse e os restantes ministros, quando assumir o papel de novo líder parlamentar do PSD.
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