Óculos da Google ganham nova vida. Mas só para usar no trabalho

Os Google Glasses, um projeto que a empresa arrumou na gaveta em 2015, vão ter uma nova vida. Mas não os vai ver nas ruas: o novo gadget foi feito para ser usado no local de trabalho.

Os novos Glass EE são semelhantes a óculos de proteção, mas permitem visualizar informações sobre o campo de visão do utilizador.

A Google deu uma segunda oportunidade aos Google Glasses, os óculos de realidade aumentada que a marca apresentou em 2012. O projeto nunca se tornou realmente um produto comercial e a ideia foi posta na gaveta em janeiro de 2015. No entanto, como revelou a revista Wired, a Google não arrumou o projeto por completo, como se pensava: uma pequena equipa ficou responsável por adaptar o conceito e desenvolver uma versão dos óculos para serem usados em ambiente empresarial.

E foi por isso que, agora, a Google veio dizer: senhoras e senhores, eis os novos Google Glass Enterprise Edition, ou Glass EE. O gadget esteve em experimentação de forma muito subtil numa fábrica de motores para tratores, numa zona rural em Jackson, no Estado norte-americano do Minnesota. O programa de testes terá durado dois anos e, entretanto, terá chegado a outras empresas bem maiores: General Electric, DHL, Boeing e Volkswagen, entre outras.

Os óculos da Google ficaram conhecidos por, através de um minúsculo projetor no canto da armação, aplicarem uma nova camada de informação sobre o campo de visão de quem os usava — uma tecnologia conhecida por realidade aumentada. Por outras palavras, era possível usar comandos de voz para executar funções e o ecrã era, nada mais, nada menos do que o olhar. A versão comum permitia fazer partilhas nas redes sociais, tirar fotografias e gravar vídeo. E foram estas funções que, por razões de privacidade, levaram a que a ideia não tivesse grandes pernas para andar.

Contudo, de acordo com a revista norte-americana, a nova versão dos óculos é ligeiramente diferente da versão que fez correr muita tinta há uns anos. Têm um LED indicador para que toda a gente saiba quando os óculos estão a gravar ou a fotografar, a própria câmara foi melhorada e o sistema conta com 2 GB de memória RAM e 32 GB de armazenamento. A conectividade via Bluetooth e Wi-Fi também teve melhoramentos. Além do mais, são mais práticos e as hastes dobram-se para os tornar mais fáceis de arrumar.

O conceito está também mais modesto e existem 11 empresas com direitos de distribuição: nove nos Estados Unidos e duas na Europa. Uma dessas empresas é espanhola, garante o site de tecnologia CincoDías. Segundo a Wired, que visitou um local de trabalho onde a tecnologia já está incorporada, os funcionários colocam os óculos e, na hora de regressar a casa, deixam-nos na empresa. Durante o trabalho, ninguém acha estranho quando alguém sussurra “Ok, Google: proceder”. Afinal, é apenas um murmúrio do século XXI, com um trave a tecnologia e a revolução industrial.

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