Exclusivo “Portugal deve manter o controlo da TAP”
Gestor Carlos Tavares defende que os portugueses devem manter o controlo da TAP e prioridade na privatização deve ser a devolução dos apoios públicos. Foi no podcast do ECO 'O Mistério das Finanças'.
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Carlos Tavares, gestor e empresário, em entrevista ao programa "O Mistério das Finanças" Hugo Amaral/ECO -
Carlos Tavares, gestor e empresário, em entrevista ao programa "O Mistério das Finanças" Hugo Amaral/ECO -
Carlos Tavares, gestor e empresário, em entrevista ao programa "O Mistério das Finanças" Hugo Amaral/ECO -
Carlos Tavares, gestor e empresário, em entrevista ao programa "O Mistério das Finanças" Hugo Amaral/ECO -
Carlos Tavares, gestor e empresário, em entrevista ao programa "O Mistério das Finanças" Hugo Amaral/ECO
Carlos Tavares foi, até há poucas semanas, presidente do grupo construtor automóvel francês Stellantis, regressou a Portugal e tem uma visão para o futuro da TAP, companhia que está em processo de privatização em curso. Convidado desta semana do podcast do ECO e da CNN Portugal ‘O Mistério das Finanças’, conduzido pelos jornalistas António Costa e Pedro Santos Guerreiro, o gestor e empresário admite que está a avaliar o caso TAP — há quem o empurre para entrar na privatização, confessa –, e defende que o controlo maioritário da companhia deve ficar em mãos portugueses, incluindo o Estado. “Não estamos necessariamente a falar de capitais portugueses, mas de liderança portuguesa“. E a primeira linha no caderno de encargos da privatização deve ser a devolução dos mais de três mil milhões de euros de fundos públicos injetados pelo Estado na TAP, assinala.
Vai comprar a TAP? “Não está previsto, mas nunca se sabe. O futuro é o futuro e tem que se olhar para o futuro com um espírito aberto. A TAP é um projeto que tem criado, da parte dos meus amigos portugueses, um certo apelo, pedem-me que olhe para este projeto e eu tenho estado a estudar a TAP com muito interesse“, confessa o gestor.
Se ainda não decidiu, tem uma visão sobre o que deve ser o futuro da companhia, e esse passa pela manutenção do Estado como acionista de controlo. Assim, a TAP não deve ser vendida a um grupo europeu. Segundo, não deve ser vendida uma participação a um concorrente superior a 20% e, terceiro, o controlo deve ficar em Portugal.
“A TAP pode ser um instrumento de criação de valor não só para si mesma como para a indústria do turismo português. É um valor de qualidade. Portanto, não podemos [admitir a] hipótese de que só empresas estrangeiras ou só gestores estrangeiros são capazes de gerir a TAP para criar valor. Isso seria uma hipótese mortífera. Não podemos aceitar essa hipótese”, afirma, quase indignado, Carlos Tavares.
“A segunda hipótese, que já podemos pôr na nossa reflexão, é que o Estado já concluiu que não é um bom gestor da TAP. Exato, não é? Portanto, se essa conclusão está feita de maneira razoável e de maneira muito evidente, vamos ter na TAP gestores privados que possam criar esse valor. O que não quer dizer que não tenhamos interesse em guardar um controlo estratégico da ferramenta número um da indústria número um do país, que é o turismo“.
A primeira linha do caderno de encargos da TAP é garantir o reembolso das ajudas públicas. “A primeira coisa que queremos fazer é reembolsar a ajuda que foi dada durante o Covid e que foi muito bem dada, porque, se não, hoje a empresa não existiria. Nós teríamos a reestruturação E não estaríamos aqui a discutir desta oportunidade de criação de valor. Portanto, essa ajuda foi bem dada. Temos que reembolsar e isso vai levar um certo tempo, porque vai ser reembolsado na base dos lucros [futuros] da empresa“, insiste Carlos Tavares.
E de que forma Portugal pode manter o controlo da companhia? “O Estado pode perfeitamente estar abaixo dos 50%, digamos, com 40% [das ações. Se quisermos um grupo de acionistas portugueses que garantam o controlo português desta empresa, como do meu ponto de vista deveria ser, é muito fácil. Basta que 10% ou 20% do capital esteja na mão dos empregados, dos gestores e dos líderes da empresa, 40% nas mãos do Estado. A soma dos dois blocos é de 60%, portanto, podemos guardar um controlo português com o bloco de acionistas portugueses de mais de 50%, perfeitamente. O Estado pode ser minoritário e ter um compromisso de não interferir na gestão da empresa graças a uma liderança do Conselho de Administração que seja muito forte. Portanto, tudo isto é possível“.
E os outros 40% poderão ser reservados para uma parceria estratégica com outra companhia aérea, “desde que não haja ‘call'”, isto é, direito de compra a prazo da maioria do capital, e pode entrar um fundo de investimento estrangeiro, “sem qualquer tipo de problema”, antecipa Carlos Tavares.
O Podcast ‘O Mistério das Finanças’ estará disponível em breve nas plataformas de streaming.
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