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A evolução da inteligência artificial. Impactos e desafios para a sociedade
Será, por isso, importante perceber que precisamos educar a IA de forma bastante ponderada, estruturando-a com base em sinapses humanas capazes de definir o seu propósito e limites.
A ideia de explorar máquinas que pudessem imitar o pensamento humano foi desenvolvida, na década de 1950, por alguns cientistas. Entre eles, destaca-se John McCarthy, pioneiro na inteligência artificial (IA).
Nessa altura, foram desenvolvidos os primeiros algoritmos, permitindo que computadores realizassem tarefas simples de tomada de decisão, como jogar xadrez.
Entretanto, a criação de algoritmos altamente complexos veio dinamizar o mundo da IA e a forma como interagimos com a tecnologia, espelhando-se num impacto directo na economia e no mercado de trabalho.
Actualmente, algoritmos são capazes de analisar consideráveis volumes de dados, reconhecer padrões, tomar decisões autônomas e até gerar textos e imagens de forma criativa, permitido avanços impressionantes em reconhecimento de voz, processamento de linguagem natural e visão computacional.
O grande salto da IA veio, assim, a ocorrer na década de 90, assistindo-se a uma aprendizagem profunda das máquinas com o surgimento dos modernos sistemas de redes neurais.
A evolução da IA apresenta, no entanto, muitos desafios. Assim, muito embora os sistemas de IA sejam capazes de oferecer resultados precisos, o raciocínio subjacente a esses resultados nem sempre é claro ou até mesmo compreensível.
Veja-se que a expansão da IA levanta, desde logo, questões éticas que se prendem, por exemplo, com a coleta massiva de dados, desencadeando preocupações sobre a privacidade e a segurança dos indivíduos.
Como também os vieses algorítmicos podem resultar em decisões discriminatórias pelo facto de os algoritmos terem sido treinados com base num conjunto de dados contendo preconceitos, padrões esses que serão tendencialmente repetidos e, portanto, injustos.
A automação de tarefas tem, também, um enorme impacto no mercado de trabalho, podendo levar ao desemprego em massa, obviamente, causado pela tecnologia.
Por outro lado, sistemas de IA que tomem decisões críticas, como diagnósticos médicos ou julgamentos jurídicos, têm necessariamente de ser altamente confiáveis e transparentes para não comprometer os valores fundamentais da justiça e da equidade na prática do direito.
Não obstante, os sistemas de IA oferecem inúmeros benefícios para a sociedade.
Com efeito, a IA pode ajudar na detecção precoce de doenças e na personalização de tratamentos médicos.
Mais, as empresas conseguem optimizar, em larga escala, processos produtivos e melhorar a experiência do cliente por meio de automação e análise preditiva.
Por sua vez, ao nível do ensino, as respectivas plataformas têm também a possibilidade de poder usar a IA para personalizar a aprendizagem conforme o ritmo e as necessidades de cada aluno.
Já em termos de sustentabilidade, a IA pode igualmente ajudar a optimizar o uso de recursos naturais, melhorar a previsão do clima e reduzir desperdícios em diversas indústrias.
Consciencialize-se, portanto, que as máquinas são capazes de aprender e raciocinar como um ser humano. E que este processo mostra-se tão auspicioso quanto irreversível.
Será, por isso, importante perceber que precisamos educar a IA de forma bastante ponderada, estruturando-a com base em sinapses humanas capazes de definir o seu propósito e limites.
Caso contrário, o crescimento desgovernado da IA poderá conduzir a uma enorme caixa negra da humanidade, bem como a uma incontrolável perturbação na ciência da computação.
Não é ao acaso que influentes líderes tecnológicos, como Elon Musk e Sam Altman, enfatizam a importância de haver um equilíbrio entre a inovação e a responsabilidade, sustentada numa espécie de robótica educativa entre a IA e o progresso da humanidade.
Nota: O autor escreve ao abrigo do antigo acordo ortográfico.
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