Governo avisa que pode avançar com moção de confiança depois de PS anunciar CPI a Montenegro
O ministro Pedro Duarte avisou que o executivo ainda poderá apresentar uma moção de confiança. Pedro Nuno Santos anunciou esta segunda-feira que vai pedir uma comissão parlamentar de inquérito (CPI).
Na reunião da conferência de líderes que agendou para quarta-feira o debate da moção de censura do PCP, o ministro Pedro Duarte avisou que o executivo ainda poderá apresentar uma moção de confiança.
Na conferência de líderes foi reorganizada toda agenda parlamentar até final de março. No encontro, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, adiantou que o Governo não coloca de parte a hipótese de apresentar uma moção de confiança.
Pedro Duarte, que participou na reunião à distância, disse que o calendário pode ter ser novamente alterado. Isto porque a moção de censura do PCP, que vai ser debatida já esta quarta-feira, tem o chumbo determinado à partida, pelo voto contra do PS.
Pedro Nuno Santos anunciou esta segunda-feira que vai pedir uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao caso da empresa familiar do primeiro-ministro, depois de ter reunido com o secretariado do PS para analisar a atual situação política. O líder socialista afirmou que o país está “a viver uma crise política” e que o “principal fator de instabilidade” é Luís Montenegro.
“O PS apresentará, na Assembleia da República, um requerimento potestativo para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito”, disse o secretário-geral socialista, na sede do partido no Largo do Rato. “Não o fazemos com gosto, sei bem quão duro é uma CPI. Infelizmente, o senhor primeiro-ministro não nos dá alternativa, esta é mesmo a última figura regimental ao nosso dispor para assegurar que temos o direito a saber a verdade”, justificou.
A prioridade socialista passa por “proteger o regime e as instituições”, com “sentido de Estado” e sem querer “provocar crises políticas”.
“Não é matéria do foro privado, é matéria de Estado”, diz Pedro Nuno Santos, que lembra que Montenegro “esteve a receber avenças de empresas ao mesmo tempo que era primeiro-ministro” durante dez meses. “Isto é inaceitável”, sublinhou, antes de acrescentar que a “empresa é Luís Montenegro”. O socialista classificou ainda como “grave” a notícia de que o primeiro-ministro não tinha declarado todas as contas bancárias à Entidade da Transparência.
O líder socialista disse ainda que pediu uma audiência ao Presidente da República e conversou, antes de falar aos jornalistas, com Marcelo Rebelo de Sousa sobre esta decisão do partido. O chefe de Estado tinha lamentado, esta terça-feira, que Luís Montenegro só lhe tinha telefonado meia hora após a declaração ao país no passado sábado, onde anunciou que empresa familiar seria totalmente entregue aos filhos.
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