PCP questiona Governo sobre despedimentos na fábrica de Ovar da Yazaki Saltano
Os comunistas indicam que os despedimentos na fábrica da Yazaki Saltano, em Ovar, terão um “impacto social e económico devastador”.
O PCP questionou esta sexta-feira os ministros da Economia e do Trabalho sobre os despedimentos de 364 trabalhadores na fábrica de Ovar da empresa japonesa Yazaki, advertindo que, caso se concretizem, terão um “impacto social e económico devastador”.
Em duas perguntas dirigidas a Pedro Reis e a Maria do Rosário Palma Ramalho através da Assembleia da República, o deputado do PCP Alfredo Maia refere que o grupo multinacional Yazaki está “espalhado por todo o mundo” e “dedica-se à produção de material elétrico, designadamente fios, cabos elétricos e cablagens elétricas para automóveis, de que é maior fabricante internacional”.
“Em Portugal, já possuiu unidades em Vila Nova de Gaia, encerrada em 2008, e em Ovar, chegando a empregar mais de 7.000 trabalhadores em 1996”, indica o deputado.
No entanto, a partir de 1998, prossegue Alfredo Maia, a Yazaki Saltano “iniciou o processo de deslocalização e desvio de linhas produtivas para Marrocos, tendo reduzido para cerca de metade o número de trabalhadores” e promovido “vários despedimentos coletivos”, nomeadamente em 2006 e 2008.
Os despedimentos da fábrica de Ovar “são uma operação que, a concretizar-se, poderá ter um impacto social e económico devastador, uma vez que coloca em causa o direito ao trabalho, ao salário e ao rendimento de muitas famílias”, adverte o PCP. O partido pergunta ao ministro da Economia se a Yazaki Saltano tem beneficiado de apoios públicos, nacionais ou comunitários, para os seus investimentos. Se for o caso, “em que montantes e com que garantias”.
“Entre as eventuais garantias está a exigência de manutenção dos postos de trabalho?”, pergunta o partido.
À ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, o PCP pergunta que conhecimento é que o Governo tomou sobre esta situação e que medidas vai tomar “para salvaguardar todos os direitos dos trabalhadores, bem como todos os postos de trabalho”. A fábrica de Ovar, no distrito de Aveiro, da japonesa Yazaki Saltano vai despedir 364 trabalhadores, o que a empresa justifica com a “atual situação crítica da indústria automóvel europeia”.
“A Yazaki Saltano de Ovar é forçada a iniciar um processo de redução de efetivos contemplando 364 colaboradores e, nesse sentido, teve já início a consulta com os representantes dos trabalhadores e sindicatos”, confirmou à agência Lusa.
A Yazaki Saltano, um dos principais fornecedores de sistemas elétricos e eletrónicos para a indústria automóvel, escreve que “está a ser fortemente afetada pela atual situação crítica da indústria automóvel europeia”, crise essa que fez com que as vendas estejam “significativamente aquém das expectativas”.
Segundo a empresa, a fábrica de Ovar está a ser “especialmente afetada pelos desenvolvimentos no setor, não existindo qualquer previsão de uma mudança positiva a longo prazo”.
Após esta notícia, a Câmara de Ovar mostrou-se disponível para apoiar os trabalhadores da fábrica de componentes automóveis Yazaki Saltano, empresa japonesa que anunciou o despedimento de 364 funcionários, nomeadamente através de medidas de apoio social.
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