Canadá “nunca fará parte dos EUA”, garante novo primeiro-ministro
Mark Carney, que tomou posse como chefe do governo canadiano esta sexta, escolhe Paris e Londres para as primeiras visitas oficiais. "A América não é o Canadá", disse o antigo banqueiro central.
O novo primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, garantiu esta sexta-feira que o Canadá “nunca fará parte dos Estados Unidos”, no seu primeiro discurso oficial e quando o país procura reagir às ameaças do Presidente norte-americano, Donald Trump.
“Nunca, jamais, de forma alguma, faremos parte dos Estados Unidos”, assegurou Carney, respondendo às repetidas insinuações de Trump sobre a possibilidade de tornar o Canadá o 51.º estado dos EUA. “A América não é o Canadá. (…) Somos fundamentalmente um país muito diferente”, explicou o novo chefe de Governo, acrescentando, contudo, que respeita os Estados Unidos e que procurará formas de trabalhar com Trump.
Carney disse que está pronto para se reunir com o líder dos Estados Unidos se este mostrar respeito pela soberania canadiana. O primeiro-ministro do Canadá informou que não planeia visitar Washington nos próximos tempos, mas confirmou que espera ter uma conversa telefónica com Trump em breve.
“O Presidente [Trump] é um empresário e negociador de sucesso. Somos o seu maior cliente em muitos setores. Os clientes esperam respeito e trabalho em conjunto de forma comercial adequada”, disse Carney. O chefe de Governo do Canadá confirmou que vai viajar para a Europa para se encontrar com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, nos próximos dias.
“Devemos diversificar os nossos parceiros comerciais e reforçar a nossa segurança ao fazê-lo”, disse Carney. O economista Mark Carney tornou-se o 24.º primeiro-ministro do Canadá, substituindo Justin Trudeau, depois de ter sido empossado numa cerimónia em Otava.
Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio do Canadá e está a ameaçar com tarifas mais abrangentes sobre todos os produtos canadianos a partir de 2 de abril. A guerra comercial dos EUA e a conversa de Trump sobre tornar o Canadá o 51.º estado dos EUA enfureceram os canadianos, que estão a vaiar o hino americano nos jogos de basquetebol e de hóquei no gelo, nos campeonatos comuns.
Muitos canadianos estão também a cancelar viagens para sul da fronteira e outros estão a evitar comprar produtos norte-americanos, como sinal de protesto para com as atitudes de Trump.
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