Barómetro ACEGE: 68% dos empresários acredita que a crise política terá impacto negativo na economia

Apenas 27,88% dos inquiridos considera que a crise política não terá impacto na economia. Empresários estão menos otimistas com o futuro do país do que há um mês.

A maioria dos empresários portugueses considera que a crise política e, eleições antecipadas, terá um impacto negativo na economia. De acordo com o último Barómetro ACEGE, divulgado esta terça-feira, 68,72% aponta para esta opção.

Entre os associados da ACEGE (Associação Cristã de Empresários e Gestores), 104 empresários responderam ao questionário durante a semana passada, durante o pico da pico da crise política: o chumbo da moção de confiança, consequente queda do Governo e o anúncio de eleições legislativas antecipadas.

Entre os associados, apenas 27,88% considerou que uma crise política não terá impacto na economia, enquanto 3,85% assinalou não saber ou não respondeu.

A opinião dos empresários foi expressa ao longo da semana, tendo o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciado a convocação de eleições antecipadas para o dia 18 de maio apenas na quinta-feira, após reunião do Conselho de Estado e de ouvidos os partidos políticos. Perante a questão “receita uma crise política”, 75% indicaram que sim, contra 22,12% que apontaram não. Apenas, 2,88% assinalaram não saber ou não responder.

Ainda assim, 42,31% dos empresários assume estar moderadamente otimista em relação ao país. Contudo, menos do que há um mês, já que a percentagem cai face aos 58% do barómetro anterior. Por outro lado, indicam estar mais pessimistas face ao fevereiro, com 34,62% indicar este mês estar moderadamente pessimista, contra 17,65% no anterior relatório. Já 5,77% indica estar francamente pessimista, enquanto 17,31% não se identifica nem com um opção, nem com outra.

No entanto, o nível de confiança em relação ao futuro das respetivas empresas piorou face ao mês anterior. Sete em cada dez empresários estão na globalidade otimistas — com 11,54% francamente otimistas e 60,58% moderadamente otimistas, o que compara com os 15,69% francamente otimistas e 66,67%, respetivamente, do barómetro anterior. Já 10,58% estão moderadamente pessimistas, mais do que os 8,82% do barómetro anterior, e 0% francamente pessimistas. O número de indecisos subiu, com 17,31% a não estar nem pessimista, nem otimista, que compara com os 8,82% registados anteriormente.

Apesar da crise política, os decisores políticos têm garantido que a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não fica em risco. Um programa que os empresários consideram ter ficado melhorado com a reprogramação, já que 49% apontou esta opção. Ainda assim, 38,46% não sabem ou não respondem a esta questão, enquanto apenas 12,5% considera que a reprogramação não tornou o PRR melhor.

Quando questionados sobre se o Banco Central Europeu (BCE) deve continuar a cortar as taxas de juro de referência ou chegou o momento de fazer uma pausa e avaliar a evolução da inflação, 50,96% considera que a instituição deve fazer uma pausa, contra 44,23% que considera que deve continuar a reduzir os juros. Já 4,81% não sabe/não responde.

Certo é que mais de metade dos empresários (54,81%) não se mostra favorável a uma redução da taxa contributiva global do sistema previdencial (conhecida por TSU), se isso implicar cortes nos apoios sociais ou a diminuição das pensões, contra 33,65% que dizem apoiar a medida nesse contexto e 11,54% indicam não saber ou não responder.

Nota: O Barómetro é uma iniciativa mensal realizada em colaboração com o ECO, Rádio Renascença e Netsonda, e tem como objetivo saber a opinião dos Associados da ACEGE sobre temas da atualidade, não sendo por isso uma sondagem de opinião. Foi enviado por email a 1.094 associados da ACEGE, através de uma plataforma da Netsonda, e esteve aberto entre os dias 28 de novembro e 2 de dezembro, tendo respondido 103 pessoas.

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