Acionistas do Novobanco aprovam dividendos de 224,6 milhões. Estado recebe 25,7 milhões e FdR 30,4 milhões
Estão aprovados os primeiros dividendos do Novobanco. Estado recebe 25,7 milhões de euros e FdR 30,4 milhões. Banco tem mais 3,3 mil milhões para devolver aos acionistas nos próximos 3 anos.
Os acionistas do Novobanco aprovaram na sexta-feira em Assembleia Geral (AG) a distribuição de 224,6 milhões de euros em dividendos relativos ao exercício de 2024, representando 60% do lucro líquido do segundo semestre do ano, um rácio que o banco pretende aplicar daqui para a frente em relação aos resultados anuais.
“O Novo Banco, S.A. informa que foi aprovado, na Assembleia Geral de Acionistas de dia 21 de março de 2025, o pagamento de dividendos no montante de 224,6 milhões de euros, referente ao exercício económico de 2024”, informou a instituição esta segunda-feira através de comunicado divulgado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“Tal como comunicado em 6 de março de 2025, aquando da apresentação dos resultados, o dividendo reflete um rácio de pay-out de 60% do resultado gerado no segundo semestre de 2024″, adiantou.
O fundo americano Lone Star, que detém 75% do capital do banco através da Nani Holdings, irá receber 168,45 milhões de euros sobre os resultados de 2024, o Fundo de Resolução, que tem 13,54%, vai encaixar 30,4 milhões e o Estado português 25,7 milhões, através da participação de 11,46%.
Este poderá ser mais um capítulo do processo de venda que poderá concretizar-se em maio através de uma operação em mercado, nomeadamente uma entrada em bolsa (IPO, na sigla em inglês) poderá avaliar o banco em até 6,2 mil milhões de euros, segundo a última análise da JB Capital.
Não está descartada, porém, a compra do banco por um rival nacional ou estrangeiro, tendo vários CEO do setor comentado a possibilidade durante a época de resultados.
Fim do CCA abriu porta para dividendos e IPO
Dos nove pontos da ordem de trabalhos da assembleia geral, três eram relativos a dividendos, um tema proibido dentro do banco até há bem pouco tempo. De acordo com a convocatória, da ordem de trabalhos constavam os seguintes pontos: ponto 2 referente à proposta de aplicação dos resultados; ponto 8 relativo à tomada de conhecimento sobre a Política de Distribuição de Dividendos; e o ponto 9 refere-se a uma alteração aos estatutos na parte dos dividendos.
A 6 de março, quando anunciou um lucro recorde de 744,6 milhões em 2024, o Novobanco explicou que iria propor à assembleia geral de acionistas a distribuição de um dividendo no montante de 224,6 milhões de euros.
Esse valor corresponde a um pay-out de quase 30,2% do resultado líquido anual, calculou o ECO, e de 60% do resultado do segundo semestre, conforme informou a empresa através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O banco referiu também que pretende passar a distribuir anualmente até 60% dos resultados.
“A política de distribuição aos acionistas define um nível de distribuição de dividendos ordinários de entre 40% e 60% do lucro líquido consolidado”, explicou.
O banco sublinhou nessa altura que vários marcos de desempenho e de ratings, mas especialmente o fim antecipado do Acordo de Capital Contingente, formalizado em dezembro de 2024, permitem iniciar a distribuição de dividendos aos seus acionistas, algo que estava vedado desde a sua criação em 2014, quando surgiu na sequência da resolução do Banco Espírito Santo (BES).
O banco liderado por Mark Bourke adiantou que a política de dividendos foi aprovada em janeiro de 2025 e que a proposta relativa aos resultados de 2024 era de um rácio de 60% dos lucros, neste caso como base os da segunda metade do ano, mas que “irá ser aplicada ao exercício completo de 2025”.
Além dos 225 milhões de euros de dividendos de 2024, o Novobanco tem 3,3 mil milhões para distribuir nos próximos três anos em dividendos extraordinários e num plano de recompra de ações próprias.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Acionistas do Novobanco aprovam dividendos de 224,6 milhões. Estado recebe 25,7 milhões e FdR 30,4 milhões
{{ noCommentsLabel }}