Avaliação bancária das casas dispara 16% num ano. É a maior subida desde o verão de 2022

O valor mediano da avaliação da habitação voltou a bater um novo recorde de 1.810 euros o metro quadrado, como resultado do oitavo mês de subidas homólogas e do 15.º mês de subidas mensais.

O valor mediano de avaliação bancária da habitação em Portugal atingiu os 1.810 euros por metro quadrado (euros/m2) em fevereiro de 2025, registando um aumento homólogo de 16,03%. Além de ser o maior crescimento homólogo desde julho de 2022, quando o aumento foi de 16,05%, fevereiro foi o oitavo mês consecutivo de subidas ininterruptas, refletindo uma tendência de valorização no mercado imobiliário nacional.

De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor mediano da avaliação bancária da habitação subiu 36 euros face a janeiro de 2025, representando um crescimento mensal de 2,03%, que se traduziu no maior aumento mensal desde novembro de 2022.

O INE refere também que, “em fevereiro, foram efetuadas cerca de 35,1 mil avaliações bancárias, o que representa uma descida de 0,5% face ao mês anterior e um aumento de 23,9% em termos homólogos.”

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Os dados divulgados esta quinta-feira revelam que os apartamentos continuam a ser a tipologia mais valorizada no mercado. O valor mediano das avaliações bancárias para apartamentos foi de 2.032 euros/m² em fevereiro, um aumento homólogo de 16,71%. Trata-se do maior aumento homólogo desde junho de 2022, quando aumentou 16,73%.

Na Grande Lisboa e no Algarve registaram-se os valores mais elevados, com 2.699 euros/m² e 2.350 euros/m², respetivamente. Já o Alentejo apresentou o valor mais baixo (1.272 euros/m²), sendo também a única região a registar uma descida homóloga (-0,6%).

Entre as diferentes tipologias de apartamentos, os imóveis T1 destacaram-se com uma subida mensal de 70 euros para 2.552 euros/m². Os T2 e T3 também registaram aumentos significativos, atingindo valores medianos de 2.080 euros/m² e 1.801 euros/m², respetivamente. Estas três tipologias representaram 92,1% das avaliações realizadas no período analisado.

As moradias também acompanharam a tendência geral de valorização em fevereiro, se bem que de forma mais modesta. O valor mediano das avaliações foi de 1.347 euros/m² em fevereiro, um aumento homólogo de 9,5%. A Região Autónoma da Madeira destacou-se com o maior crescimento homólogo (17,6%), enquanto as regiões do Centro e do Alentejo registaram os valores mais baixos (1.019 euros/m² e 1.098 euros/m²).

Comparativamente ao mês anterior, as moradias registaram um aumento médio de 1,6%, com destaque para a Madeira, que contabilizou uma subida de 5%.

No panorama regional, a Grande Lisboa continua a destacar-se como a área com os valores mais elevados do país. Em fevereiro, o índice do valor mediano na região foi superior à média nacional em 47,8%, seguida pelo Algarve (30,8%) e pela Região Autónoma da Madeira (+14,9%).

No extremo oposto encontram-se Alto Tâmega e Barroso (-52,4%) e Alto Alentejo (-51%), que apresentaram os valores mais baixos relativamente à mediana nacional. A Península de Setúbal merece destaque pelo crescimento homólogo mais expressivo entre todas as regiões (17,1%), refletindo uma forte procura nesta área.

Este crescimento sustentado nos valores das avaliações bancárias reflete não só a dinâmica do mercado imobiliário como também a pressão exercida pela elevada procura face à oferta limitada em várias regiões do país. Contudo, este cenário pode levantar preocupações sobre a acessibilidade habitacional para muitas famílias portuguesas.

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