Divulgação da lista encerra “especulação”, diz Costa
O primeiro-ministro disse esta quarta-feira estar "satisfeito" com a divulgação da lista de vítimas mortais de Pedrógão Grande. António Costa garante que põe termo à "especulação".
O chefe do Governo mostrou-se “muito satisfeito” com a decisão do Ministério Público em divulgar a lista com o nome das 64 vítimas mortais da tragédia de Pedrógão Grande. Depois de uma reunião com a Autoridade Nacional da Proteção Civil, o primeiro-ministro assinalou que a especulação acabou, sem deixar de criticar as “tentativas de aproveitamento político desta tragédia”.
“Estou muito satisfeito que a divulgação da lista tenha posto termo à especulação” sobre o número de vítimas mortais, afirmou em declarações transmitidas pela RTP3. Questionado sobre a polémica à volta do número, Costa referiu que “se havia alguém com interesse em divulgar o número de vítimas era o Governo para acabar com a especulação”.
"Só numa ditadura é possível esconder número de vitimas.”
E confirmou uma tese avançada pelo Presidente da República esta terça-feira: “Só numa ditadura é possível esconder número de vitimas”, acrescentou. O primeiro-ministro acrescentou ainda que esta é “uma boa altura, em vez de andarmos a especular com fontes não confirmadas com listas que tinham várias incorreções, confiemos nas instituições técnicas do Estado”.
Questionado sobre a ‘lei da rolha’ — a centralização das informações sobre incêndio nos dois briefings da Proteção Civil, proibindo os bombeiros de divulgar informação –, António Costa apoiou a decisão, justificando-a com o “rigor” necessário nestas situações. E aproveitou para recordar notícias avançadas pela imprensa durante a tragédia de Pedrógão e que foram posteriormente desmentidas, nomeadamente o alegado avião que tinha caído.
António Costa alertou ainda que esta época de incêndios está para durar. Isto acontece porque, segundo o primeiro-ministro, este verão está a registar “condições particularmente adversas”. Em causa está a seca — “72,3% do território em seca severa e mais 7% do território de seca extrema” –, mas também a situação de risco de inflação em que está 80% do território nacional. Acresce ainda a baixa humidade e a existência de calor e vento, o que “pode facilitar a propagação”, disse Costa.
Isto implica “um redobrado esforço na prevenção, na vigilância e investigação e deteção de situações suspeitas de fogo posto”, pediu o primeiro-ministro, prevendo que a situação se prolongue até ao outono. “Uma chama todos apagamos, um incêndio de larga dimensão dificilmente é apagado”, afirmou.
(Atualizado às 20h36)
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