FC Porto absorve duas empresas para cortar custos
Portoestádio e Serviços Partilhados vão ser absorvidas pela SAD para simplificar estrutura e racionalizar custos. Villas-Boas está prestes a completar um ano de mandato à frente dos portistas.
Com a época a correr aquém do esperado dentro das quatro linhas, o FC Porto prossegue o seu processo de reestruturação interna – que tem sido uma das prioridades do mandato de André Villas-Boas neste primeiro ano. Agora a SAD dos dragões está a preparar-se para absorver duas empresas do universo portista com o objetivo de, entre outros, racionalizar os custos e otimizar a estrutura.
Em causa estão as sociedades Portoestádio e FC Porto – Serviços Partilhados, que vão ser fundidas na SAD através da transferência dos respetivos ativos, passivos e capitais próprios.
Enfrentando uma situação financeira muito delicada, com capitais próprios negativos na ordem dos 175 milhões, esta operação terá um impacto muito reduzido ao nível do balanço individual da SAD, na medida em que Portoestádio e a Serviços Partilhados apresentavam situações líquidas positivas de 990 mil euros e 70 mil euros, respetivamente.
Ainda assim, a absorção das duas empresas tem um objetivo mais operacional para a SAD portista, segundo explica no projeto de fusão consultado pelo ECO.
A fusão permitirá “a concentração numa única entidade de estruturas operacionais e administrativas atualmente distintas, com evidentes sinergias, não só ao nível da gestão e coordenação de recursos humanos e materiais, mas também ao nível da redução de custos operacionais/administrativos, da melhoria da qualidade dos serviços prestados e de uma maior flexibilidade e simplicidade na detenção de participações sociais”, elenca a FC Porto SAD, entre outros pontos.
Acompanhando a transferência de todo o património para a SAD, incluindo ativos de 20 milhões de euros, também os 90 trabalhadores da Portoestádio e da Serviços Partilhados vão ser transferidos para a sociedade incorporante, “que assumirá as responsabilidades decorrentes dos contratos de trabalho em vigor, os quais não se extinguem e são transmitidos por força da fusão”.
André Villas-Boas, que tomou posse em maio do ano passado após a presidência de Pinto da Costa durante mais de 40 anos, tem assumido a reestruturação financeira do FC Porto como uma das grandes prioridades do seu mandato.
A SAD do FC Porto atravessa uma crise financeira sem precedentes e avançou para um processo de reestruturação da sua dívida que ascende a 500 milhões de euros, que se encontra a ser renegociada com os credores para baixar os custos financeiros.
Recentemente conseguiu refinanciar um empréstimo obrigacionista de 50 milhões de euros junto de mais de 3.200 investidores, o que aliviou as necessidades de financiamento de curto prazo.
No ano passado, a SAD assegurou 115 milhões de euros junto de investidores americanos através da sua recém-criada empresa para explorar o Estádio do Dragão, a Porto StadCo, incluindo naming do recinto e museu.
De resto, a SAD portista também teve de vender 30% do capital da Porto StadCo para angariar mais fundos. Deste negócio já recebeu 50 milhões de euros, o que ajudou a aliviar a pressão sobre a tesouraria dos azuis-e-brancos, mas está previsto que venha a receber mais 15 milhões fixos e outros 35 milhões em caso de cumprimento de determinadas métricas de negócio.
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