Santana Lopes sobre Santa Casa: “Financiamento até pode vir do petróleo”
O provedor da Santa Casa da Misericórdia diz que não há nenhum negócio onde não entre, "desde que venha de fontes legítimas". "Qualquer atividade económica legítima pode interessar à SCML", garante.
Foi há um mês que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e a Associação Mutualista Montepio Geral assinaram um protocolo. No horizonte está a entrada no capital do Montepio para torná-lo num “banco social”. Ainda que Santana Lopes tenha mostrado dúvidas quanto ao negócio, a vontade do provedor é diversificar as fontes de financiamento da SCML. Em declarações ao Expresso (acesso pago) este sábado, garante que o objetivo final será sempre ajudar os necessitados.
O financiamento para essas atividades até pode vir do petróleo.
É o jogo que dá mais receita à Santa Casa, mas o peso dessa fonte de financiamento pode vir a diminuir no futuro. Santana Lopes quer diversificar os negócios da Santa Casa: “Poder-se-ia dizer que a Santa Casa estava a alterar a sua natureza se o destino das verbas passasse a ser diferente“, admite, mas garante que isso não acontecerá. “O nosso core business continua a ser a ação social e a saúde”, assegura, referindo que “o financiamento para essas atividades até pode vir do petróleo”.
Pedro Santana Lopes ataca os seus críticos, assinalando que a Santa Casa só irá integrar “atividades económicas legítimas”. “Os puritanos nunca se chocaram que 70% a 80% das nossas receitas venham do jogo… Por mim, pode vir do petróleo ou de um parque de diversões, desde que venha de fontes legítimas“, garante ao semanário, acrescentando que o negócio terá de ser atrativo do ponto de vista da rentabilidade.
Na opinião do provedor, “é má gestão não rentabilizar devidamente as disponibilidades financeiras”. Para Santana Lopes é preciso encontrar um equilíbrio, assegurando o apoio aos pobres, mas também fazendo “opções, como esta do Montepio”.
È má gestão não rentabilizar devidamente as disponibilidades financeiras.
Segundo o Expresso, o património da Santa Casa de Lisboa passa por mais de 600 imóveis e 675,2 milhões de euros em capitais próprios, no ano passado, dos quais 197,8 milhões de euros estavam parados em bancos. O semanário avança que a estimativa de vendas brutas dos jogos sociais é de três mil milhões de euros em 2017, face aos 2,7 mil milhões de euros no ano passado.
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