15 números curiosos que ajudam a ler a noite eleitoral
Da expressão da ‘maioria maior’ concedida a Montenegro à hecatombe socialista, passando pelas conquistas parlamentares do Chega e do Livre, explore a tradução numérica das legislativas de domingo.
A AD reforçou a maioria sem conseguir uma maioria absoluta (nem sequer com a Iniciativa Liberal), o Chega dá como garantidos os votos da emigração para ultrapassar o número de deputados do PS e Pedro Nuno Santos sai de cena depois de perder duas legislativas em pouco mais de um ano. O ECO mostra-lhe 15 números curiosos que ajudam à leitura das legislativas deste domingo.
9,34
Luís Montenegro passou a campanha eleitoral a pedir uma “maioria maior” e a ida às urnas confirmou esse cenário. No território português, onde o apuramento dos resultados já está fechado, a diferença para o PS supera agora os nove pontos percentuais, quando no ano passado tinha sido de apenas de 0,83 pontos.
2/3
Mesmo com os votos da emigração por apurar, AD, Chega e IL já contabilizam 156 deputados, isto é, até mais de dois terços dos que são necessários para aprovar uma eventual revisão constitucional. É a primeira vez que o PS deixa de ser necessário para estas contas.

0,09
A coligação entre o PSD e o CDS não pôde usar a designação Aliança Democrática por ter desta vez deixado de fora o PPM (continuou apenas a integrar a coligação de direita nos Açores). Sozinho, o partido liderado por Gonçalo da Câmara Pereira obteve 5.296 votos, equivalentes a 0,09%. Pior só o Nós Cidadãos, o MPT e o PTP.
10
Com a eleição do JPP, pelo círculo eleitoral da Madeira, o Parlamento passa a ter uma dezena de partidos, ainda que três deles representados apenas por um deputado (os outros são o Bloco de Esquerda e o PAN).

35,62%
A taxa de abstenção nas eleições legislativas de domingo deverá situar-se nos 35,62%, a mais baixa em 30 anos, quando em outubro de 1995 ficou nos 33,7%. Estes valores não incluem ainda os eleitores residentes no estrangeiro, cuja participação e escolhas serão conhecidos a 28 de maio.
144.896
Quase 145 mil eleitores dirigiram-se às urnas este domingo e não votaram em nenhum dos partidos que constavam do boletim: 85.966 deixaram-no por preencher (branco) e, consciente ou inconscientemente, 58.930 inutilizaram-no, tendo sido considerado nulo pelas assembleias de voto.
1
Há um ano, o PS foi o partido mais votado em oito dos 20 círculos do território nacional e este domingo sobrou apenas um ‘bastião’ socialista: Évora. Metade deles foram perdidos para a AD e os restantes para o Chega.

3
Depois de ter surpreendido em Faro nas últimas eleições legislativas, agora o Chega ganhou pela primeira vez na história noutros três círculos eleitorais: Setúbal, Portalegre e Beja.
8
Face às últimas legislativas, o Chega conseguiu ultrapassar o PS em oito círculos eleitorais: Beja, Leiria, Madeira, Portalegre, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo e Viseu.
43,74%
O melhor resultado da AD em 2024 tinha sido obtido em Bragança (40,01%) e esse distrito revalidou o estatuto de principal bastião laranja no país, com 43,74% dos votos. O cabeça-de-lista escolhido voltou a ser Hernâni Dias, secretário de Estado que se demitiu de funções em janeiro deste ano por ter criado empresas imobiliárias quando estava envolvido na revisão da lei dos solos.
911
A maior diferença de percentagem de votos entre o primeiro e segundo lugar aconteceu em Viseu, com a AD quase 21 pontos percentuais à frente do Chega. Pelo contrário, a menor diferença foi registada em Beja, onde o partido liderado por André Ventura ficou à frente do PS por escassos 1,24 pontos. Isto é, 911 votos.

7,63
A Iniciativa Liberal conseguiu eleger mais um deputado este domingo, com esse mandato suplementar a vir de Lisboa. Foi neste círculo eleitoral que voltou a obter o seu melhor resultado: 7,63%, com base em 97.098 votos angariados.
18
Face às últimas legislativas, em que só o tinha logrado em Lisboa e na Madeira, o Livre superou a votação do Bloco de Esquerda nos restantes 18 círculos eleitorais do território nacional. O partido liderado por Rui Tavares foi o único a subir à esquerda, passando a ter seis deputados e, entre todos os partidos, foi mesmo o ‘campeão’ em ganhos relativos de votos ao registar 25% mais do que nas legislativas de 2024.
78.914
Parece confirmar-se que a confusão nas siglas com a então Aliança Democrática (AD) terá sido relevante para a surpreendente votação do ADN em 2024, quando obteve 100.051 votos, equivalentes a 1,63%. Este domingo, apesar do maior protagonismo de Joana Amaral Dias na campanha, baixou para 78.914 votos (1,32%).
30,34%
Seria uma percentagem ‘invejável’ caso Pedro Nuno Santos tivesse conseguido obtê-la a nível nacional, mas na sua terra natal (São João da Madeira), que até é liderada por um autarca socialista, foi insuficiente para ficar à frente da AD (32,86%). Já Luís Montenegro não deu hipótese à concorrência em sua ‘casa’: a coligação venceu em Espinho com 40%, deixando os socialistas a larga distância (25,35%).
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