Mercado de fusões e aquisições ainda vai recuperar em 2025, prevê DLA Piper

Tarifas dos Estados Unidos podem conduzir a uma revisão das avaliações das empresas com atividades internacionais, reduzindo (ainda mais) o intervalo entre as expectativas de compradores e vendedores.

Apesar das tarifas impostas por Donald Trump, das medidas de retaliação de alguns países afetados pelas taxas aduaneiras e da volatilidade das bolsas, que tem estado a impactar negativamente as fusões e aquisições, o mercado transacional está a postos para voltar a crescer em 2025, segundo a sociedade de advogados DLA Piper.

O “Global M&A Intelligence Report 2025” antecipa um regresso dos negócios de fusões, compras e vendas devido às taxas de juro mais baixas, à significativa atividade de private equity, à estratégica de crescimento não orgânico das empresas e à revisão das avaliações de exportadoras.

Além de se manter o ciclo de corte de juros, que tornou o financiamento mais acessível em 2024, o novo impulso do M&A vai ser explicado pelo facto de as sociedades de capital de risco e private equity estarem mais ativas devido às disponibilidades de capital comprometido, que têm de ser mobilizado.

Além disso, de acordo com os especialistas da DLA Piper, a introdução de tarifas pelos Estados Unidos é suscetível de conduzir a uma revisão das avaliações das empresas com atividades internacionais, reduzindo (ainda mais) o intervalo entre as expectativas dos vendedores e dos compradores. Ou seja, esta nova dinâmica do comércio internacional vai ajustar preços de empresas que estão – ou vão estar – no mercado e quiçá agilizar as negociações, que têm

As empresas estão a recorrer cada vez mais às fusões e aquisições para acelerar mudanças organizacionais e adquirir novas competências, especialmente em setores como a tecnologia, cuidados de saúde e professional services [serviços especializados, como soluções tecnológicas, contabilidade, entre outros]”, lê-se no relatório divulgado esta semana pelo escritório de advogados.

João Costa Quinta, corresponsável pela área de Corporate M&A da DLA Piper em Portugal, afirma que a empresa prevê “um impulso contínuo”. “O mercado global de fusões e aquisições mostrou resiliência num contexto de contínua incerteza geopolítica, com as empresas norte-americanas a representarem quase metade desta atividade. As empresas que procuram oportunidades de crescimento estratégico também impulsionaram a atividade setorial concentrada em tecnologia, media e telecomunicações, saúde, serviços financeiros e energia”, lembrou o sócio.

A análise da DLA Piper – a partir da sua base de dados interna com mais de 6.200 transações privadas de fusões e aquisições ao longo dos últimos 11 anos – mostra que, no ano passado, o volume foi de apenas 3,4 biliões de dólares (cerca de três biliões de euros), significativamente abaixo do pico de 5,9 biliões registados em 2021 e 8% acima do ano anterior.

Em termos gerais, e em linha com que outros especialistas explicaram ao ECO, as transações demoraram mais tempo a serem concluídas, uma tendência que vem de 2023 e prossegue. “Os compradores mostraram-se mais empenhados em resolver totalmente as questões de due diligence [diligência prévia] e a manter a sua posição relativamente aos termos legais dos negócios. No entanto, as transações que chegaram a ser assinadas continuaram a ser, em grande medida, em termos ‘favoráveis ao vendedor'”, assinala a DLA Piper.

Observando o mapa, destaque para a América do Norte, que dominou a atividade global de fusões e aquisições, representando metade (49,8%) do volume de negócios global. Os compradores norte-americanos que adquiriram ativos europeus foram responsáveis por 1591 negócios avaliados em 268 mil milhões de dólares (238 mil milhões de euros) em 2024, de acordo com os dados em tempo real da Mergermarket de compradores dos Estados Unidos e alvos europeus obtidos a 17 de abril de 2025.

Destaque ainda para o crescimento do seguro W&I – Warranty & Indemnity (garantia e indemnização) na maioria das regiões do mundo, como também a concorrente Cuatrecasas havia referenciado no documento “Market trends in Iberian private equity transactions”. Esta proteção de transações tornou-se comum a todos os tipos de compradores e vendedores e em operações bilaterais, bem como no contexto tradicional dos leilões.

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