Plataforma que acelera requalificação dos portugueses já tem quase 13 mil inscritos
New Career Netwok usa inteligência artificial para indicar aos utilizadores os cursos mais adequados às suas necessidades de requalificação e, depois, as vagas de emprego alinhadas com competências.
Em meio ano, quase 13 mil inscrições. O balanço do primeiro semestre de existência da New Career Network (NCN) – plataforma que usa inteligência artificial para acelerar a requalificação dos portugueses – foi avançado ao ECO, em primeira mão, pela manager Carla Sousa, que revela que já há 71 cursos disponíveis, das tecnologias à sustentabilidade. Todos com taxas de empregabilidade acima dos 70%, assegura.

“Estamos quase a atingir os 13 mil utilizadores, o que é um número que nos deixa orgulhosos, dado que temos cerca de meio ano de existência e, por outro lado, porque estamos a falar do mercado português, onde há a expectativa de que temos que contribuir para a requalificação de 20 mil pessoas“, salienta Carla Sousa (na foto), em conversa com o ECO.
Lançada em outubro, a NCN foi criada no âmbito da iniciativa para a requalificação de talento promovida pela European Roundtable for Industry, organização que junta 60 das maiores empresas europeias, incluindo a portuguesa Sonae.
Esta plataforma usa inteligência artificial para, primeiro, indicar aos trabalhadores os cursos mais adequados às suas necessidades de requalificação e, depois, as vagas de emprego que melhor se encaixam nas suas novas competências, potenciando, assim, a sua empregabilidade.
De acordo com Carla Sousa, dos cerca de 13 mil utilizadores que se inscreveram, cerca de metade já avançou para “uma fase mais madura” na plataforma, isto é, já carregou o seu currículo e disponibilizou “um conjunto de informação”, que guiará a experiência na NCN.
Quanto ao perfil dos utilizadores, a manager avança que cerca de dois terços estão empregados e só um terço são pessoas desempregadas, “o que é surpreendente”.
Estamos a conseguir passar a mensagem de que estamos aqui para apoiar quer quem está numa situação de maior fragilidade, quer quem está ativo no mercado.
“Significa que estamos a conseguir passar a mensagem de que estamos aqui para apoiar quer quem está numa situação de maior fragilidade, quer quem está ativo no mercado, a refletir sobre a sua carreira e a direcionar as suas energias para as áreas com maior empregabilidade“, defende Carla Sousa.
Quanto ao nível de escolaridade, a responsável indica que a maioria dos utilizadores tem uma licenciatura. Além disso, o maior interesse tem vindo dos jovens adultos, isto é, pessoas com 25 a 35 anos. “Esta é uma ferramenta tecnológica, pelo que estamos expostos a um público com uma maior predisposição para a tecnologia. Encaixa perfeitamente nesta camada entre os 25 aos 35 anos”, sublinha a manager.
Ao ECO, Carla Sousa assinala ainda que “as gerações mais novas olham para a carreira de uma forma diferente“.
“Já nasceram na era em que não há uma carreira para a vida, e eles próprios procuram ativamente perceber como é que está o mercado. Onde é que posso ter melhores condições? Onde é que posso ter a minha próxima experiência?“, atira a responsável.
71 cursos com empregabilidade acima de 70%
Quando se inscreve na New Career Network, o utilizador é convidado a responder a um conjunto de perguntas e disponibilizar o seu currículo, para que seja feita um diagnóstico das suas competências atuais.
Na fase seguinte, define que profissão futura quer assumir e, logo depois disso, a inteligência artificial entra em palco, apurando, por um lado, o gap de competências (com base nos dados e expectativas disponibilizadas) e ajudando, por outro, na escolha do curso mais adequados.
A inteligência artificial dá, assim, sugestões de cursos que melhor ajudarão a resolver o gap de competências do utilizador. Em outubro, a NCN contava com 30 destes cursos de requalificação. Hoje, tem já 71, revela ao ECO Carla Sousa.
“Hoje temos cerca de 18 instituições com as quais trabalhamos, perfazendo um total de 71 cursos. Temos uma oferta já muito interessante num conjunto de áreas que são as áreas mais procuradas pelo mercado“, afirma a manager, que detalha que as formações nas áreas tecnológicas e de sustentabilidade são as mais procuradas.
Hoje temos cerca de 18 instituições com as quais trabalhamos, perfazendo um total de 71 cursos. Um dos critérios que temos para a escolha de um curso é uma empregabilidade mínima de 70%.
“A forma como selecionamos um curso é tentando antecipar, com base naquilo que são os estudos atuais, [as competências críticas] e encontrar escolas que tenham ofertas formativas nestas áreas de maior procura. Procuramos ter uma oferta diversificada: cursos gratuitos, cursos pagos, cursos presenciais, cursos online, cursos mais longos e cursos mais curtos“, acrescenta a mesma.
Em conversa com o ECO, Carla Sousa explica ainda que a NCN tem um dos critérios para a escolha de um curso é ter uma empregabilidade mínima de 70%. “Não é um filtro fácil, porque tira algumas escolas e alguns cursos que acreditamos terem muito potencial, mas porque não medem empregabilidade ou, medem empregabilidade, mas estão abaixo dos 70% já não participam da NCN”, realça a responsável.
No entender da manager, ao fazer esta triagem, a NCN está a “ser uma montra daquilo que o mercado está a aceitar”, além de ser “um critério fundamental para que as empresas sintam confiança em olhar para outras perspetivas na obtenção de emprego“.
800 vagas de emprego disponíveis
Na New Career Network, além de cursos, estão disponíveis também vagas de emprego. Quando o candidato acaba a requalificação, a inteligência artificial faz a ligação entre vagas de emprego e os utilizadores, através de um mapeamento das competências que as pessoas têm e que são precisas para cada oportunidade.
Carla Sousa adianta que tanto grandes empresas, como recrutadoras estão a inscrever, neste momento, as vagas na plataforma, estando disponíveis entre 800 e mil postos de trabalho (o número vai flutuando ao longo das semanas, segundo a manager).
“A nossa vontade é ter o máximo de ofertas, no que respeita a empregos dentro da New Career Network. E, por isso, estamos também, além da parceria com as empresas, a explorar hipóteses alternativas para termos o máximo possível de ofertas alinhadas com aquilo que são as necessidades“, remata a responsável.
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