Maior fundo soberano do mundo ganhou 200 milhões em Lisboa
Os 200 milhões de euros conquistados na bolsa nacional não são coisa pouca. Mas para o maior fundo soberano do mundo, o Norges Bank, Lisboa representou apenas 0,4% dos seus ganhos em 2017.
Ganhar 190 milhões de euros na bolsa nacional? Sim, o maior fundo soberano do mundo conseguiu-o nos seis primeiros meses de 2017, mas este montante representa uma ínfima parte dos ganhos do Norges Bank neste período. Quanto? O fundo do petróleo norueguês obteve um retorno superior a 50 mil milhões de euros até junho. E os 190 milhões de Lisboa contribuíram para apenas 0,4% desse retorno.
Foi a forte aposta no mercado acionista global que deu um contributo decisivo para os “resultados históricos” que o Fundo de Pensões Global do Estado norueguês registou no primeiro semestre do ano. O maior fundo soberano do mundo alcançou um rendimento dos investimentos de 2,6%, graças ao bom resultado das aplicações em ações, com uma rentabilidade média de 3,4%.
Contas feitas, conquistou 53,56 mil milhões de euros, sendo que só no segundo trimestre do ano foram de quase 22 mil milhões. “Não devemos esperar retornos tão elevados no futuro”, alertou Trond Grande, vice-presidente do fundo.
Em Lisboa, entre reforços e vendas de posições, valorizações e desvalorizações de ações, a carteira do maior fundo soberano do mundo engordou 190 milhões de euros. Passou dos 714 milhões de euros no final do ano passado para os 904 milhões de euros, de acordo com os cálculos do ECO com base nos dados compilados pela Bloomberg.
Trata-se de uma valorização de 26% em seis meses que ajudou a engordar o portfólio de ativos geridos pelo fundo soberano. Mas o dinheiro que tem aplicado na praça portuguesa vale uma pequena, muito pequena parte da carteira norueguesa: representa 0,1% de toda carteira de ativos do fundo, que além de ações, investe ainda em dívida dos governos e imobiliário em todo o mundo; e representa 0,16% da carteira de ações, que incluem participações em empresas como a Apple, Nestlé, Google e Shell.
Em Lisboa, os maiores ativos detidos pelo Norges Bank estão na EDP (264,86 milhões de euros), Galp (126,4 milhões de euros) e BCP (89,4 milhões de euros). De resto, no caso do banco liderado por Nuno Amado, os noruegueses reforçaram a sua presença de 1,25% para 2,15% durante o primeiro semestre, período durante o qual a instituição concluiu um aumento de capital através de novas ações no valor de 1.300 milhões de euros.
Principais apostas em Portugal
- EDP: Na elétrica portuguesa, o Norges Bank detém uma posição de 2,53%, que vale 264,86 milhões de euros. É o maior investimento na bolsa portuguesa.
- Galp: Detém 1,15% da petrolífera portuguesa, num ativo avaliado em 126,4 milhões de euros.
- BCP: Depois do aumento de capital realizado em fevereiro, o Norges Bank reforçou a sua posição no banco, onde assumia uma posição de 2,51% avaliada em 89,41 milhões.
- Nos: Apesar da redução da sua participação dos 2,63% para 2,11%, a operadora nacional representa um investimento de 57,7 milhões de euros.
- EDP Renováveis: Na empresa de energias limpas, que foi recentemente alvo de uma oferta da EDP, o Norges Bank mantinha uma posição de 0,91% no valor de 55,27 milhões de euros.
O Norges Bank tem aplicados muitos milhões em quase 9.000 empresas espalhadas por 77 países. Lisboa faz parte da lista. Mas com pouca expressão.
Notícia retificada às 9h42. Lisboa representa 0,4% e não 0,004% como o ECO tinha avançado inicialmente.
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