Costa criticou, mas PS admite coligação com André Ventura

  • ECO
  • 24 Agosto 2017

O líder do PS criticou o candidato do PSD às eleições autárquicas de Loures. Contudo, a candidata socialista ao mesmo concelho admitiu esta quinta-feira uma coligação com André Ventura.

As declarações sobre ciganos feitas por André Ventura levaram o CDS a retirar o apoio à coligação a Loures que juntava os centristas e os sociais-democratas. Pedro Passos Coelho manteve o apoio, o que mereceu as críticas de António Costa. Contudo, esta quinta-feira, segundo o Observador, a candidata do PS à autarquia admitiu fazer uma coligação com o candidato do PSD.

Segundo o jornal digital, Sónia Paixão garantiu que aceita uma coligação com André Ventura caso seja necessário viabilizar um executivo camarário do Partido Socialista. A candidata socialista afirmou que o candidato social-democrata daria “um bom vereador”, ainda que não fosse um bom presidente de câmara. Quanto à CDU — que atualmente tem um pacto com o PSD –, a questão só irá colocar-se após o dia 1 de outubro, ainda que André Ventura tenha classificado a coligação de “contra-natura”.

Esta quinta-feira à noite a candidata fez um esclarecimento na sua página de Facebook, negando o seu conteúdo. “Em caso algum admito fazer coligação com o PSD e muito menos com André Ventura“, escreveu, argumentando que nunca expressou essa intenção. Contudo, Sónia Paixão não desmentiu a citação que lhe é atribuída pelo Observador onde diz que Ventura seria “um bom vereador”.

Após a polémica de André Ventura com a etnia cigana, o primeiro-ministro afirmou, em julho, que a manutenção deste candidato do PSD a Loures era uma “desonra”. “Desonra o partido que o apresenta, o líder que não lhe retira a confiança política e, infelizmente, desonra tantos e tantos excelentes autarcas do PSD que não mereciam ombrear com um candidato que desonra a democracia portuguesa“, afirmou António Costa numa intervenção posterior.

Em reação, Passos Coelho defendeu André Ventura. “A clarificação que o dr. André Ventura fez de uma entrevista que deu clarifica muito bem a posição, quer dele quer do PSD, quanto à matéria. Eu estou tranquilo quanto àquilo que é a nossa posição, uma posição não racista, não xenófoba: nunca foi, não é e, atrevo-me a dizer, nunca será”, afirmou o líder social-democrata. Pedro Passos Coelho confirmou o apoio ao candidato, o que não aconteceu com o CDS, que retirou o apoio e avançou com uma candidatura própria.

A polémica começou numa entrevista cedida ao Notícias ao Minuto onde o candidato de coligação, até a este momento, dizia que havia “excessiva tolerância com alguns grupos e minorias étnicas”. “Não compreendo que haja pessoas à espera de reabilitação nas suas habitações, quando algumas famílias, por serem de etnia cigana, têm sempre a casa arranjada”, acrescentou. Dias depois, André Ventura afirmava, em entrevista ao jornal i, que havia pessoas a viver “quase exclusivamente de subsídios do Estado” e que se acham “acima das regras do Estado de direito”, referindo-se à etnia cigana.

(Atualizado às 23h33 com o esclarecimento de Sónia Paixão)

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