Proteção Civil vai avaliar se houve má utilização do SIRESP

  • Lusa
  • 24 Agosto 2017

A Proteção Civil vai avançar com uma "avaliação mais alargada" sobre como é que o SIRESP foi utilizado neste verão no combate aos incêndios.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) informou esta quinta-feira que vai avaliar se houve utilização incorreta da rede de comunicações SIRESP no âmbito do combate aos fogos neste verão.

No habitual ‘briefing’ da ANPC, às 19:00 desta quinta-feira, em Oeiras, distrito de Lisboa, a adjunta de operações Patrícia Gaspar adiantou que a Proteção Civil pretende avaliar a forma como foi utilizada a rede de comunicações SIRESP, uma vez que a empresa de telecomunicações PT/Altice se manifestou convicta de que cumpriu e superou “inequivocamente” todos os níveis de serviço contratados.

“Toda a restante avaliação não poderá, nem deverá, ser feita na sede destes ‘briefings’, porque é um assunto que extravasa de alguma forma esta questão” da situação operacional dos incêndios florestais em Portugal, advogou a responsável da Proteção Civil, considerando que se trata de “uma avaliação mais alargada, que precisa de ser feita a outro patamar”.

O chefe do gabinete tecnológico da PT/Altice, Alexandre Fonseca, disse esta quinta-feira que a empresa de telecomunicações está convicta de que cumpriu e superou “inequivocamente” todos os níveis de serviço contratados pela SIRESP.

 

Em resposta às declarações do responsável da PT/Altice, a Proteção Civil lembrou que utiliza a rede SIRESP “à semelhança de tantas outras entidades do Estado que operam na área de emergência”. “Da nossa parte, obviamente que a utilização da rede é feita consoante as necessidades no terreno, quanto mais operacionais temos, mais recurso à rede fazemos”, explicou a adjunta de operações da ANPC.

Patrícia Gaspar sublinhou, ainda, que “todos os constrangimentos que foram identificados” pela Proteção Civil foram reportados à empresa de telecomunicações PT/Altice. “Tentamos sempre colmatar todas estas pequenas falhas que foram sendo sentidas, sobretudo nos teatros de operações com maiores dimensões, com recurso àqueles que são os sistemas de complementaridade das estações móveis”, declarou a responsável da Proteção Civil.

Num relatório divulgado a 9 de agosto, o Instituto de Telecomunicações considerou que existiram “faltas graves” na rede SIRESP (comunicações de emergência), com cortes prolongados no funcionamento normal do sistema, aquando do incêndio de junho que deflagrou em Pedrógão Grande, do qual resultaram 64 mortes.

No relatório afirma-se que existiram faltas graves na rede, com cortes prolongados no funcionamento normal do sistema nas áreas cobertas pelas estações base de Pedrógão Grande (39 horas de corte), Figueiró dos Vinhos (41 horas), Serra da Lousã (67 horas), Malhadas (66 horas) e Pampilhosa da Serra (70 horas).

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