Lapso de Pedro Nuno Santos baixou IRS para 2 milhões de portugueses… durante 2 horas
Pedro Nuno Santos garantiu que 3,6 milhões de agregados seriam beneficiados com o alívio fiscal no OE2018. Mas, afinal, houve um lapso de dois milhões. São apenas 1,6 milhões.
É quase como acertar nos números do Euromilhões, mas depois perceber que o bilhete para a fortuna era da semana anterior. Não era o Euromilhões, mas dois milhões de portugueses tiveram a mesma sensação durante pouco mais de duas horas entre o momento em que o Governo garantiu que haveria um alívio fiscal para 3,6 milhões que, afinal, é apenas para 1,6 milhões.
“Haverá um alívio fiscal para os trabalhadores e estamos a falar de 3,6 milhões de agregados que serão beneficiados com este alívio fiscal, estamos a falar de alguma coisa com significado. Agora tem de ser feito com a necessária responsabilidade que proteja e defenda o próprio orçamento e a medida”, revelou Pedro Nuno Santos.
A notícia foi disponibilizada pela Lusa às 20h29 desta terça-feira, 29 de agosto, sendo automaticamente replicada por todos os órgãos de comunicação social, gerando um sem número de alertas noticiosos. A abrangência do alívio chegou mesmo às capas dos jornais em papel, como aconteceu com o Diário de Notícias que lhe deu o destaque principal.
No entanto, não durou muito este alívio fiscal prometido para o Orçamento do Estado de 2018. Duas horas e meia depois da notícia inicial, com base na entrevista concedida pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares à Lusa, surgiu a correção. Os 3,6 milhões de agregados que iriam ver um alívio nos impostos pagos passaram a ser bem menos.
"Haverá um alívio fiscal para os trabalhadores e estamos a falar de 3,6 milhões de agregados que serão beneficiados com este alívio fiscal, estamos a falar de alguma coisa com significado. Agora tem de ser feito com a necessária responsabilidade que proteja e defenda o próprio orçamento e a medida.”
Fonte do gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares esclareceu à agência Lusa que, por lapso, Pedro Nuno Santos tinha avançado que seriam 3,6 milhões de agregados os abrangidos pelo desagravamento, sendo afinal 1,6 milhões os agregados beneficiados pelo alívio fiscal no OE2018.
O alívio fiscal é uma das reivindicações de BE, PCP e PEV que está em cima da mesa das negociações com o Governo. A primeira ronda de negociações depois de férias começou na semana passada e terminou esta terça-feira com o encontro entre o Governo e o BE. Ao ECO, Mariana Mortágua garantiu que “estão a ser estudadas medidas que, de várias formas, visam desagravar os impostos às famílias com menores rendimentos”. E que o OE2018 pode incluir um desagravamento para os contribuintes do primeiro escalão.
Após a reunião com os bloquistas, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares explicou à Lusa que este desagravamento de impostos é uma forma de “respeitar as pessoas, respeitar aqueles que trabalham e têm uma carga fiscal elevadíssima, fruto da governação PSD/CDS”. “O aumento que foi feito de IRS foi um aumento brutal. A recuperação tem que ser feita de forma, mais uma vez, sustentável”, sublinhou Pedro Nuno Santos.
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