Portugal empurra 1.735 milhões de dívida para 2022

O IGCP conseguiu recomprar 1.735 milhões de euros em dívida que vencia nos próximos três anos. Trocou-a por obrigações com maturidade em 2022, aliviando as necessidades de reembolso entre 2018 e 2020.

Portugal conseguiu recomprar 1.735,7 milhões de euros em obrigações do Tesouro que venciam nos próximos três anos, tendo oferecido em troca nova dívida a cinco anos. Com esta operação de troca de títulos, o IGCP alivia as necessidades de reembolso entre 2018 e 2020, empurrando dívida para 2022.

Como contrapartida para ficar com estes títulos, a agência que gere a dívida pública informa que vendeu aos investidores um total de 1.793 milhões de euros em obrigações com maturidade em 2022. A diferença entre o montante recomprado e emitido resultará de pequenos ajustamentos nos preços de recompra de antigos títulos e de venda dos novos.

O IGCP previa recomprar esta manhã obrigações que venciam em 2018, 2019 e 2020. E recomprou parte destes títulos. Mais concretamente, a instituição liderada por Cristina Casalinho conseguiu ficar 426,7 milhões de euros em dívida que deveria ser devolvida já no próximo ano. Em relação às obrigações com maturidade em 2019 e 2020, recomprou 401 milhões de euros e 908 milhões de euros, respetivamente. Esta dívida só será paga em 2022.

Adia 6% para daqui a cinco anos

Ao trocar estes títulos por outros que vencem em 2022, o IGCP alivia o esforço de reembolso de dívida que terá efetuar ao mercado nos próximos três anos. Em quanto?

Antes desta operação, eram cerca de sete mil milhões em obrigações de médio de longo prazo teriam ser devolvidos em 2018 (agora menos 427 milhões). Os reembolsos de obrigações de médio e longo prazo subiam para aproximadamente dez mil milhões e 11 mil milhões em 2019 e 2020, respetivamente, montantes que também descem com esta operação em função do que foi recomprado em cada uma das linhas.

Contas feitas, de um total de cerca de 28 mil milhões de euros em reembolsos que estavam previstos nos próximos três anos, o IGCP consegue empurrar apenas 6% para 2022, quando terá de pagar reembolsos acima dos 10 mil milhões. Já em 2016 o IGCP havia recomprado obrigações num total de 1.000 milhões que venciam este ano e nos próximos dois, com o objetivo de reduzir o esforço de devoluções ao mercado para mais tarde.

Esta operação de troca de dívida acontece num momento em que Portugal tem acelerado os pagamentos do Fundo Monetário Internacional (FMI), com o objetivo de aliviar o custo da dívida para os cofres públicos. Esta segunda-feira, a agência informou que reembolsou mais 800 milhões de euros ao Fundo, tendo completado o objetivo de devolver à instituição liderada por Christine Lagarde 2.600 milhões de euros em dois meses.

(Notícia atualizada às 11h52)

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