Na guerra dos tarifários para jovens, é o plafond de dados que ganha

  • Juliana Nogueira Santos
  • 13 Setembro 2017

SMS? Chamadas? Já nada disto conta quando os jovens têm de escolher o tarifário. Agora quem ganha é quem oferece mais internet ou mais aplicações sem gastar dados.

Ainda que o telemóvel não saia das mãos dos jovens, as necessidades destes mudaram. Longe vão os tempos em que se comunicava através de mensagens escritas (sms) e os minutos passavam a horas nas chamadas. Agora, escrever só nas aplicações de mensagens instantâneas e falar só em vídeos ou áudios. Assim, os jovens passam a precisar de tarifários com plafonds de dados móveis mais generosos — ou então precisam de pedir sempre a palavra passe do wi-fi…

Entre Facebook, WhatsApp, Snapchat e YouTube, as operadoras já estão a adaptar as ofertas de internet àquilo que os clientes consomem e, é por isso que as três maiores telecoms a operar em Portugal têm marcas especialmente dedicadas à camada mais jovem. A Moche (Meo), a WTF (Nos) e a Yorn (Vodafone) disponibilizam tarifários com três plafonds diferentes — 500 megabytes, 1 gigabytes e 5 gigabytes — a preços muito semelhantes.

Ao ECO, Sofia Costa, analista da DECO, garante que “as diferenças são na ordem dos cêntimos”, à exceção dos planos da WTF “que normalmente são um pouco mais baratos”. Mas o que é que ser Moche, WTF ou Yorn significa na hora de navegar?

Plafonds à medida de qualquer um

Em termos de oferta de comunicações, as três operadoras seguem todas a mesma cartilha com os pacotes de voz a variarem entre os 500 minutos (Moche Legend 500 MB e WTF W) e os 5 mil minutos (Moche Legend 5 GB e WTF F). Nos SMS, apenas a Moche estima que são 1.500 para rede Meo e 250 para outras redes. No caso da Yorn, os três pacotes incluem 10 mil minutos ou SMS para Yorn e 100 ou 5 mil (Yorn X 5GB) chamadas ou SMS para outras redes.

Mas como é a internet que importa aos jovens, a concorrência fica mais apertada quando se fala de aplicações que não gastam dados móveis. Ainda que haja um plafond mensal de dados, as três operadoras não cobram consumo em determinadas aplicações, como é o caso das redes sociais e das plataformas de mensagens instantâneas. A Moche e a Yorn não cobram consumo em 13 aplicações, acrescendo-lhe cinco gigabytes para utilizar apenas no YouTube e no Twitch, uma plataforma de streaming utilizada maioritariamente por gamers.

Ainda assim, as opções que poderão estar mais de acordo com aquilo que os jovens querem serão aquelas que incluem Spotify: “As aplicações mais apreciadas pelos jovens são o Spotify e o YouTube“, garante a analista da DECO. “São as mais utilizadas, mas que gastam mais dados”. Os pacotes de 1 GB e 5 GB (WTF F e T, respetivamente) juntam às dez aplicações “grátis” 5 gigabytes para utilizar no Spotify e no YouTube, enquanto na Yorn o Spotify está incluído na lista das 13. Na Moche, a aplicação de streaming de música que está incluída no pacote de aplicações é a Meo Music.

E se, com as palavras “aplicações sem gastar dados”, parece não existir limite, não é isso que acontece. A Moche e a Yorn impõem “políticas de utilização responsáveis” que ditam o limite de tráfego que pode ser consumido nestas aplicações. No primeiro caso o limite é de 15 gigabytes, enquanto na Yorn é de 10 gigabytes. A WTF é a única que não declara quaisquer limites e, segundo Sofia Costa, “não temos queixas de pessoas a quem tenha sido cobrado mais”.

Além disto, cada operadora tem parcerias com outras marcas para oferecer descontos aos seus clientes. As três oferecem oportunidades nos cinemas, com a Moche a disponibilizar bilhetes a quatro euros no Cinema City, a WTF a oferecer dois bilhetes por um nos Cinemas Nos e a Yorn a dar bilhetes por três euros nos UCI Cinemas, com direito a menu médio de pipocas e bebidas por três euros. Entre parcerias com restaurantes e lojas, está também a parceria da Yorn com o Spotify que garante apenas aos clientes do tarifário X 5 GB Spotify Premium grátis.

Começar pelos pacotes mais baixos

Por todas estas opções incluírem pelo menos dez aplicações cujo consumo não é creditado — ou pelo menos até um certo número — e por esta “política de utilização responsável” ser suficiente para um uso comum, a DECO, pelas palavras de Sofia Costa aconselha a experimentar os pacotes mais baixos (500 megabytes), com cada um a perceber as suas necessidades. O preço destes diverge entre os 9,75 — Moche Legend 500 MB e Yorn X 500 MB — e os 9,8 euros mensais — WTF W 500 MB.

Os pacotes intermédios custam entre 11,8 — WTF T 1 GB — e 11,92 euros mensais — Moche Legend 1 GB e Yorn X 1 GB. Os mais generosos oscilam entre os 16,8 — WTF T 5 GB — e os 17,29 mensais — Moche Legend 5 GB e Yorn X 5 GB –, sendo que estes valores são divididos e cobrados semanalmente. “À partida, os tarifários de 5 GB não serão necessários para uma utilização normal”, afirma a analista da DECO.

Internet em casa e no telemóvel

Para esta nova geração de clientes, principalmente os que saem de casa dos pais e ganham independência financeira, a Nos criou um pacote que oferece internet dentro e fora de casa, o Nos Indie. Em casa, as velocidades de download são até 100 megabytes por segundo, enquanto no telemóvel pode gastar até três gigabytes. Para além disto, o Indie também oferece 20 gigabytes para gastar nas aplicações que são mais utilizadas, como o WhatsApp e o Facebook, e mil minutos ou SMS para todas as redes. Tudo isto para nunca mais ter de ser aquele amigo que, a partir do meio do mês, tem de pedir a palavra passe do wi-fi.

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