Não há duas sem três: PSD admite nova comissão de inquérito sobre recapitalização
José de Matos Correia avisou que os sociais-democratas poderão avançar para uma nova comissão de inquérito à recapitalização da CGD. A acontecer, será a terceira sobre o banco público.
O deputado do PSD José de Matos Correia afirmou esta terça-feira “manter em aberto” todos os instrumentos jurídicos e políticos para apurar “a verdade” sobre o processo de recapitalização da CGD, incluindo uma nova comissão de inquérito.
“Quando digo que qualquer dos instrumentos ao nosso dispor pode ser equacionado, evidentemente a comissão de inquérito é um deles”, afirmou o deputado, em declarações à agência Lusa, no parlamento.
O Supremo Tribunal de Justiça decidiu extinguir o processo que obrigava a CGD e os reguladores a levantar o sigilo bancário, por ter sido encerrada a comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco público.
Quando digo que qualquer dos instrumentos ao nosso dispor pode ser equacionado, evidentemente a comissão de inquérito é um deles.
Isto significa que o banco público e os reguladores não terão de entregar os documentos solicitados pelos deputados da comissão parlamentar de inquérito ao banco público, uma vez que a mesma já não existe.
Para o PSD, o desfecho deste processo “não surpreende” e significa que “se perdeu uma excelente oportunidade, uma oportunidade única, para se saber verdadeiramente o que aconteceu na CGD”.
“O que aconteceu foi que os partidos da geringonça tiveram o que queriam. O Partido Socialista e os seus apoiantes nunca quiseram que se soubesse a verdade relativamente ao que se passou na CGD e utilizaram todos os expedientes para que essa verdade não se soubesse”, criticou.
O vice-presidente da Assembleia da República lamentou que se tenha perdido a oportunidade para “para ter acesso a esses documentos” e também para “marcar uma posição para o futuro noutras circunstâncias em que o trabalho destas comissões seja posto em causa”.
O PSD, acrescentou, “continua a manter em aberto todas as possibilidades de atuação no plano político para que se saiba a verdade do que se passou na CGD”.
“Não fechamos nenhuma porta. Qualquer instrumento ou solução a que tenhamos acesso do ponto de vista jurídico, legal e do ponto de vista político, neste momento não descartamos a hipótese de recorrer a qualquer uma delas porque achamos que é uma vergonha para a democracia portuguesa que isto tenha acontecido”, reiterou.
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