DBRS ameaça cortar rating do Montepio. Outlook cai para negativo
A agência de notação pode cortar o rating do banco liderado por Félix Morgado a qualquer momento. A DBRS reduziu o outlook para negativo, perante condições de financiamento mais fracas que os pares.
A DBRS cortou a perspetiva do Montepio para negativo. Ou seja, pode vir a cortar do rating do banco liderado por Félix Morgado a qualquer momento. A agência de notação canadiana, que tem uma classificação de BB para o banco, justifica esta revisão em baixa do outlook com as condições de financiamento mais fracas em relação aos pares.
“A alteração da tendência para negativo reflete os receios da DBRS em relação ao fraco perfil de financiamento do banco, depois de se terem registado algumas saídas de depósitos no primeiro trimestre de 2017“, refere a agência de notação num comunicado. A DBRS refere ainda um outro desafio: melhorar a qualidade dos ativos, “que continua fraca”, já que o banco não foi capaz de reduzir significativamente os ativos em incumprimento, refere a agência.
"A alteração da tendência para negativo reflete os receios da DBRS em relação ao fraco perfil de financiamento do banco, depois de se ter registado algumas saídas de depósitos no primeiro trimestre de 2017.”
A entidade diz que o Montepio assistiu a uma “fuga significativa de depósitos durante o primeiro trimestre de 2017 e, embora o banco tenha aparentemente estabilizado o seu financiamento com os depósitos, a DBRS considera que as condições de financiamento do Montepio são mais fracas do que as dos pares”. Isto devido a um rácio de transformação elevado de 118% (como calculado pela DBRS) e ao financiamento obtido junto do Banco Central Europeu, que representava 15% do financiamento total no final de junho, refere.
A agência de notação confirmou o rating ao mesmo tempo que reduziu a perspetiva. “A confirmação do rating também tem em conta o facto de o Montepio ter feito alguns progressos a nível da rentabilidade e capital nos primeiros seis meses do ano, com o banco a reportar um lucro ligeiro e a receber uma injeção de capital de 250 milhões de euros por parte do seu maior acionista, a Associação Mutualista Montepio Geral em junho de 2017″, acrescenta.
Apesar de ser “improvável” a curto prazo, a agência não deixa de referir que podem surgir fatores positivos que levem a uma subida do rating, como um “fortalecimento significativo dos níveis de capital, redução do perfil de risco e melhoria significativa da qualidade dos ativos”. Por outro lado, a notação pode mesmo cair, caso o banco não consiga diminuir os ativos em incumprimento, assim como reforçar a rentabilidade e posição de capital, remata a DBRS.
(Notícia atualizada às 15h19 com mais detalhes)
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