Tecnológica da Sonae à procura de talento. Mas é complicado

A Bizdirect é uma consultora do universo Sonae que cresceu 23% no primeiro semestre. Quer recrutar talento na área da tecnologia no norte do país, mas a oferta é inferior à procura.

O crescimento traz a bonança? Nem sempre. A Bizdirect é uma empresa do grupo Sonae que presta consultoria na área das Tecnologias da Informação (TI). No primeiro semestre deste ano, registou um aumento nas receitas de 23% face aos mesmos seis meses do ano anterior — e, por isso, está à procura de talento. Quer recrutar 15 colaboradores até janeiro, mas não deverá ser tarefa fácil.

O setor tecnológico tem uma dinâmica muito própria. A procura de trabalhadores qualificados supera largamente a oferta, o que torna mais complicado reter estas pessoas, caso não sejam dadas condições favoráveis e projetos aliciantes.

Ao ECO, João Mira Santiago, o líder desta consultora tecnológica da Sonae, explicou por email que “o problema” da falta de mão de obra nestas áreas não é só de Portugal. “Afeta toda a Europa, sendo que num mundo em que se está a tornar cada vez mais digital, a procura será cada vez maior. Todos sabemos que é um mercado que está em constante crescimento e para o qual os sistemas de ensino não têm sido capazes de dar resposta ao ritmo da procura”, sublinhou.

[A falta de mão de obra qualificada] afeta toda a Europa, sendo que num mundo em que se está a tornar cada vez mais digital, a procura será cada vez maior.

João Mira Santiago

CEO da Bizdirect

Entre janeiro e junho, a Bizdirect conseguiu receitas de 28,8 milhões de euros, um aumento homólogo de 23% e 13% acima do orçamento. O lucro também subiu 53%, “reflexo do crescimento da receita e da evolução positiva da margem nas diversas áreas de negócio”, revela empresa numa nota enviada ao ECO, sem especificar o resultado líquido. Só 7% da receita, 2,4 milhões de euros, foram gerados no estrangeiro. A suportar o crescimento estiveram ainda alguns “projetos de grande dimensão” em que a empresa esteve envolvida.

Desta feita, quer recrutar “pelo menos 15 colaboradores até ao final do ano”, avançou ao ECO João Mira Santiago, sobretudo no centro do país. “Até ao final de 2017, a Bizdirect espera terminar o ano com cerca de 111 colaboradores, na sua maioria programadores e consultores especializados nas áreas tecnológicas com que trabalhamos. Atualmente temos em aberto várias vagas para a função de consultores especializados nas áreas de TI”, especificou.

Para contornar a falta de oferta de mão de obra, a Bizdirect tem um plano: “Temos academias próprias de formação [como um Centro de Competências em Viseu], apostamos numa forte parceria com os diferentes stakeholders e trabalhamos em parceria com instituições de ensino para garantir uma ligação com o mundo académico”, contou o líder da empresa. E, sem essa ligação à academia, encontrar talento seria uma tarefa bem mais complexa.

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